Correio da Manhã Weekend

“TRABALHAR COM ANTÓNIO COSTA FOI UM DESAFIO”

A presidente da Ciência Viva não trocava por nada a experiênci­a que teve como vereadora

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Mudou muito o panorama científico em Portugal

A CIÊNCIA EM PORTUGAL ESTÁ VIVA?

Está viva e recomenda-se! Mudou muito o panorama científico em Portugal nas últimas duas décadas, e é bom ver a comunidade científica a renovar-se com tantas mulheres e homens a fazerem ciência.

MAIS DE 50% DOS CIENTISTAS PORTUGUESE­S SÃO MULHERES. SOMOS UM EXEMPLO PARA O MUNDO? Somos de facto uma referência, quer em quantidade quer em qualidade. Nesse equilíbrio em número falta agora consolidar o equilíbrio nas lideranças das instituiçõ­es.

FOI A PRIMEIRA MULHER A LIDERAR O ECSITE, A MAIOR REDE EUROPEIA DE CENTROS E MUSEUS DE CIÊNCIA. FOI PELO SEU TRABALHO À FRENTE DA CIÊNCIA VIVA?

Foi com certeza. É o reconhecim­ento do que a Ciência Viva representa a nível internacio­nal, uma instituiçã­o de referência nas redes internacio­nais de museus e centros de ciência.

O PRESENTE DA CIÊNCIA PORTUGUESA FOI TRAÇADO A REGRA E ESQUADRO PELO PROFESSOR MARIANO GAGO?

Era um profundo conhecedor do País, das pessoas, das necessidad­es, da política científica, sabia o que era preciso fazer e sabia como fazer. Um caso raro de sabedoria de raiz renascenti­sta. Um cientista humanista que criou ao mesmo tempo o sistema científico nacional e a instituiçã­o para esse trabalho conjunto com a sociedade, a Ciência Viva. Temos um legado muito importante a desenvolve­r. EM TEMPOS GOSTAVA DE TER SIDO SER JORNALISTA? Sendo verdade que o meu pai não era aberto a essa minha escolha, se eu quisesse mesmo teria ido em frente. Mas o meu trabalho nos últimos 20 anos é o mais próximo disso, embora saibamos que ser jornalista é, ou deve ser, muito diferente. COZINHAR FAZ PARTE DA SUA VIDA? Gosto de juntar pessoas à volta da mesa, é verdade. Faço uma boa paelha e também galinha mourisca (nhami, nhami!) FOI VEREADORA DE ANTÓNIO COSTA NA C. M. DE LISBOA. GOSTOU DA POLÍTICA? Ah, essa foi umaexperiê­ncia que eu não trocaria por nada! Trabalhei emcada dia comse fosse o único na minha vida. Claro que mudaria algumas coisas no modo de fazer política local, mas isso exigiria o acordo dos partidos políticos e cada umtenta, na oposição, contrariar o que seriam melhores escolhas na vida dos cidadãos – isto é polémico, eu sei. Mas trabalhar com António Costa foi umdesafio e umaoportun­idade de aprender como se faz política ao serviço das pessoas. Aqueles dois anos, três meses e cinco dias foram inesquecív­eis e irrepetíve­is.

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