“Tudo o que vem da extrema-esquerda é desculpado; tudo o que vem da direita é para condenar.”
Uma parte da comunicação social e dos comentadores (é mais “comentadeiros”...) rasga as vestes quando fala da castração química e prisão perpétua propostas pelo Chega. Alguns deles, como Fernando Medina, até falam na ilegalização do partido. Acho bem que as pessoas se indignem com disparates do Chega, mas preocupa-me que gente com responsabilidade queira fazer de Tribunal Constitucional.
Adiante... De cada vez que ouço tanta gente a indignar-se com o Chega (por quem, deixo claro, não morro de amores), fico a pensar porque não fazem o mesmo com outros partidos. Aqui fica um exemplo: alguém se atirou ao ar quando a deputada Joana Mortágua apareceu numa manif a gritar morte a Bolsonaro? Ou as intervenções a raiar a promoção do racismo de Mamadou Ba? Este fim-de-semana tivemos mais um exemplo. Um dos delegados ao congresso do PCP, Albano Nunes, resolveu dizer que “o capitalismo tem de ser derrubado pela força”. Esperei umas horas para ver se as mesmas virgens que se ofendem com André Ventura se iam atirar a Albano Nunes. Afinal o homem está a defender a violência para atingir os fins políticos do PCP... Debalde! Nem uma palavrinha, a não ser nas redes sociais, aquela coisa que parece tirar o sono a muitos “jornalistas” e “comentadeiros”...
Portugal continua a ter, ao fim de 46 anos, os mesmos complexos que tinha em 75 e 76: tudo o que vem da extrema-esquerda é desculpado; tudo o que vem da direita é para condenar. E nem é preciso ir às teses do Chega. Veja-se como tudo o que é defesa de liberdade económica é violentamente sovada por PS, PCP e Bloco de Esquerda. Pergunta: Fernando Medina não quer sugerir a ilegalização do PCP?