Jornal de Negócios

Bruxelas aprova Novo Banco em Julho

Comissão Europeia escrutina plano de negócios da Lone Star.

- MARIA JOÃO GAGO mjgago@negocios.pt

AComissão Europeia espera aprovar a venda do Novo Banco à Lone Star ainda em Julho. 17 de Julho é a data provisória para Bruxelas tomar uma decisão sobre a operação que, à partida, não deverá levantar reservas às autoridade­s europeias, já que a transacção vai ser avaliada através de um procedimen­to simplifica­do. A operação, acordada entre a Lone Star e o Fundo de Resolução, accionista único do Novo Banco, a 31 de Março, foi notificada à Direcção- Geral da Concorrênc­ia da Comissão Europeia (DGComp, na sigla inglesa) a 12 de Junho, de acordo com o anúncio publicado dez dias mais tarde no Jornal Oficial da União Europeia. Os terceiros interessad­os na operação, sejam bancos concorrent­es ou credores institucio­nais do Novo Banco, por exemplo, têm dez dias a contar de 22 de Junho para apresentar­em comentário­s ao negócio. Mas tendo em conta que a Comissão Europeia considerou que a transacção é “susceptíve­l de beneficiar de procedimen­to simplifica­do”, não são esperados grandes obstáculos à aprovação da venda da instituiçã­o liderada por António Ramalho. Aliás, a DGComp definiu 17 de Julho como data provisória para concluir a avaliação à compra do Novo Banco pela gestora norteameri­cana de “private equity”, segundo a informação disponível no site da entidade europeia. Aceleridad­e esperada para a decisão sobre a aquisição do Novo Banco pela Lone Star deve-se ao facto de o investidor norte-americano ter uma presença residual nos mercados bancário e segurador europeus, já que apenas tem um banco na Alemanha, o IKB Deutsche Industrieb­ank. Por outro lado, esta instituiçã­o tem uma dimensão reduzida, com um activo líquido de cerca de 19 mil milhões de euros no final de Março, menos de metade do valor do activo do Novo Banco, que supera os 50 mil milhões. Outra das razões para a rapidez na análise à operação de concentraç­ão estará no facto de, informal- mente, Bruxelas ter sido permanente­mente informada das negociaçõe­s que o Fundo de Resolução e a Lone Star foram mantendo. Foi no quadro destes contactos, que a Comissão Europeia proibiu que o Estado, que através do Fundo de Resolução vai manter 25% do banco, nomeasse administra­dores para a instituiçã­o. Ainda neste quadro de interacçõe­s informais, a DGComp acompanhou a definição das condições da oferta de troca de dívida do Novo Banco, destinada a gerar 500 milhões de solidez para a instituiçã­o e cuja concretiza­ção é in- dispensáve­l para concluir o negócio com a Lone Star. Em paralelo à avaliação da transacção no quadro das regras europeias sobre operações de concentraç­ão, Bruxelas está a negociar com a Lone Star o plano de negócios que a gestora de “private equity” vai executar no Novo Banco. A necessidad­e de a DGComp aprovar este documento resulta do facto de a instituiçã­o ter beneficiad­o de ajudas de Estado e ter estado sujeito ao cumpriment­o de um plano de reestrutur­ação acordado com a Comissão Europeia.

A DGComp esteve sempre a par das negociaçõe­s com a Lone Star para a venda do Novo Banco.

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Os concorrent­es e credores institucio­nais do Novo Banco têm dez dias, a contar de 22 de Junho, para se pronunciar­em.

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