Eurodeputados votam presidente
Parlamento Dois principais grupos políticos em disputa após rutura de pacto secreto da rotatividade
Os 751 deputados do Parlamento Europeu (PE) iniciaram a eleição do presidente, vice-presidentes, gestores e 22 comissões, num processo que faz regressar o confronto aberto pelo cargo principal, rompendo com a aliança entre as duas principais famílias políticas.
Entre os sete candidatos ao lugar a que o social-democrata Martin Schulz não se recandidata para disputar a chancelaria alemã, destacam-se os pretendentes italianos Antonio Tajani, democrata-cristão do Partido Popular Europeu (PPE), e Gianni Pittella, presidente do grupo Socialistas e Democratas (S&D).
A pugna pela presidência decidirá o equilíbrio na distribuição do poder nas três instituições europeias – o Parlamento, a Comissão Europeia e o Conselho Europeu – posto em causa pela rutura do pacto, secreto e não escrito, entre socialistas e populares, que assegurava a rotatividade entre as duas famílias. Se fosse cumprido, os populares passariam a ocupar as cúpulas das três.
À procura de apoios na votação – que é secreta e poderá chegar ao quarto escrutínio –, Tajani e Pittella prometeram presidências “institucionais” que representem todos os deputados, mas rejeitam o apoio de extremistas e eurocéticos. Talvez estes contem nos cálculos do líder da Aliança dos Democratas e Liberais pela Europa (ALDE), o ex-primeiro-ministro belga Guy Verhodstadt, mas nas fileiras liberais há críticas à sua tentativa de incorporar os 17 deputados do Movimento 5 Estrelas.
A flamenga Helga Stevens, dos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), terceira força, que promete facilitar o uso do catalão no PE, a dirigente italiana da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde (GUE/NGL) Eleonora Forenza, e a ecologista britânica Jean Lambert, do grupo Verde/Aliança Livre Europeia, são candidatas com importância dos apoios na última volta. O candidato apoiado pela Frente Nacional, de Marine Le Pen, é o romeno Laurentiu Rebega.