“Atiraram tochas para a nossa Bancada Família, tentaram matar pessoas”
ATAQUE Bruno de Carvalho volta a dirigir baterias para o rival Benfica e pede a descida de divisão por causa dos “vouchers com jantares”
Dirigente máximo do Sporting recorda que os problemas começaram no último dérbi da Liga em Alvalade, em que os adeptos encarnados “tentaram matar” rivais com lançamento de tochas
Bruno de Carvalho, presidente do Sporting, em entrevista ao programa “Golo”, da RTP Internacional, voltou a disparar na direção do rival Benfica, pedindo a “descida de divisão”, na sequência daquilo que diz ser a “violação do artigo 62.º” do Regulamento Disciplinar das Competições Organizadas pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional, e no fogo cerrado sobre o emblema da Luz nem as “claques ilegais” escaparam. O dirigente máximo dos leões pegou na denúncia de “oferta de caixas com vouchers para 1120 almoços” para se atirar ao presidente da Liga de Clubes, Pedro Proença, afir
mando que as suas recentes “declarações foram infelizes”, asseverando também que Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), “soube das ofertas dois dias antes de mostrar ao mundo na televisão, num almoço”. “O futebol tem um assunto quente nas mãos, a descida de divisão de uma grande instituição como o Benfica, por isso estão todos aflitos. Já sei que vão tentar e falar do dolo sem intenção...”, atirou.
E nem vê de que forma as suas palavras possam estar a incendiar o dérbi de domingo, lembrando as tochas das claques encarnadas. “Dentro de campo, será tudo normal. Vai serum jogo altamente policiado, não espero problemas. Depois do último dérbi para a Liga, em Alvalade, as pessoas perguntam se podem ir ao estádio. Atiraram tochas para cima das pessoas na nossa Bancada Família, tentaram matar pessoas. As claques do Benfica nem são legalizadas, não podem ter tarjas e na Supertaça lá estava tudo. As nossas claques reclamam, e com razão; há uma gritante dualidade de critérios”, acusou, defendendo que o “dérbi é para ganhar” e deixando o alerta: “É importante que, depois do jogo, elementos ligados ao Benfica não agridam adeptos do Sporting nas imediações do Estádio José Alvalade. É recorrente, sem acontecer nada de mais.”
E sublinhou que todas as suas intervenções recentes não são “fait-divers”, como afirmou Pedro Proença, presidente da Liga de Clubes. “Não apoiamos pessoas para que sejam papagaios da nossa vontade. As declarações de Pedro Proença foram infelizes e já lho disse. Entendo que esteja à procura de arranjar patrocínios e que não fosse favorável um clima destes, mas isto não é um clima, é um acontecimento que foi noticiado e tem de ter consequências. Não é um ‘fait-divers’; um ‘fait-divers’ é a história das mensagens. Estamos a viver, e podíamos apelidá-lo assim, o tempo da Caixa Dourada; depois do Apito Dourado há o tempo de
“As declarações de Pedro Proença foram infelizes. [As caixas com vouchers] não são ‘fait-divers’, isso é a história dos SMS” “Falei das caixas com vouchers dois dias antes, num almoço da FPF em que estava o presidente Fernando Gomes. Decidi levar à TVI”
Bruno de Carvalho
Presidente do Sporting
“Vai ser um jogo altamente policiado, não espero problemas. É importante que elementos ligados ao Benfica não agridam adeptos do Sporting nas imediações de Alvalade; isso é recorrente, sem nada de mais” “As claques do Benfica nem são legalizadas, não podem ter tarjas e na Supertaça estavam lá todas. As nossas claques reclamaram, e com razão”
uma Caixa Dourada”, catalogou, direcionando críticas para a FPF e o seu presidente, que entende ter ficado calado quando confrontado com o tema. “Não dá gozo nenhum ver o Benfica na segunda divisão, isto não tem nada a ver com dérbi, não tenho culpa de haver vouchers. Não há estratégia antes do dérbi. Não posso estar calado, pois já tinha falado sobre isto na FPF num almoço. Decidi levar a caixa para o programa, para que o Benfica pudesse dizer que era mentira. Aliás, foi dito por uma pessoa presente nesse almoço que [os dirigentes federativos] se iam debruçar sobre o que ia afetar este fenómeno.” Bruno de Carvalho disse ainda não ter sido notificado para prestar esclarecimentos sobre este assunto pela Comissão de Instrução e Inquéritos da Liga.