O Jogo

Quantidade ou qualidade

- Manuel Queiroz

OBenfica ganhou – e bem – em Kiev, porque em poucas oportunida­des fez dois golos e foi melhor durante 70 minutos. Defendeu de forma competente Yarmolenko, como de resto disse Rui Vitória, e explorou bem o lado esquerdo do Dínamo, onde Derlis não defende e Antunes é limitado (e Vida, que foi o central esquerdo, também). Em estratégia, nota máxima. Mas o resultado foi melhor do que a exibição. Porque até aos 65 minutos, a equipa não permitiu quase nada ao adversário, mas depois o Kiev teve oportunida­des boas e várias que davam para ganhar. Como não entraram, foi uma exibição personaliz­ada e de “disciplina tática muito grande”, como disse o treinador. Não, foi mais um jogo que correu bem: o Dínamo acabou por ter mais remates (15-12), cantos (9-1), menos faltas (1415), mais posse (55-45). Se falhou na quantidade, o Benfica teve qualidade nalgumas exibições, de Gonçalo Guedes a Salvio, de Cervi a Fejsa (a defender, a passar a bola teve muitas deficiênci­as), de Grimaldo. Foi uma equipa sólida durante muito tempo, mas na parte final sofreu muito. Jogou Ederson (naturalmen­te), jogou Luisão e na análise mais fina percebe-se a dificuldad­e que teve nos minutos finais. Mas sobretudo não se percebe o que foram fazer Jardel e Samaris até à capital da Ucrânia, porque nem no banco estiveram. Foram de férias, na terminolog­ia recente de Jorge Jesus. Ou Rui Vitória tentou mesmo até à última ter Jardel (o que diz bastante sobre a confiança em Luisão)? Decisões estranhas para quem tem tanta história de lesões nestas duas épocas, porque é preciso proteger os jogadores. Por exemplo, poupando-os a viagens desnecessá­rias.

O Benfica foi uma equipa sólida durante a maior parte do tempo, mas na parte final sofreu muito

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