O Jogo

ESTE TEM MESMO DE SER PERFEITO

Três dias depois do 2-2, a defesa do sonho de voltar ao Jamor obriga a equipa de Ricardo Soares a transcende­r-se com o leão

- MÓNICA SANTOS CARLOS VERAS

Jogos grandes? Foram muitos, admite Ricardo Soares, mas, até sábado, todos na bancada, sorri o treinador que deixou o Sporting à beira de um ataque de nervos e hoje tenta eliminá-lo da Taça

Aos 42 anos, com três jornadas no currículo de treinador no escalão principal, Ricardo Soares admite que tem uma larga experiênci­a de jogos grandes. Quem viu o Chaves empatar (2-2) como Sporting e ficou com apetite para mais, a saciar esta noite, de novo no palco transmonta­no, na discussão dos quartos de final da Taça de Portugal, terá dificuldad­e em acreditar que é de memórias de bancada que ele fala, com um sorriso divertido, à saída da conferênci­a de Imprensa. “Vi muitos, com os meus amigos”, garante quem, como avançado, nunca pisou os relvados que se lhe oferecem desde que Jorge Simão foi para Braga e o Chaves o fez saltar do Vizela para viver por dentro os jogos grandes. O primeiro deixou os leões profundame­nte abalados no campeonato. O segundofá-lo apontar ao J amor, onde o Chaves sonha voltar, e mais ainda desde que, com o antecessor, Jorge Simão, eliminou o FC Porto. “Uma vez que chegámos a esta fase da competição, obviamente só nos passa pela cabeça tentar ultrapassa­r este Sporting”, admitiu. O facto de ter pela frente de novo a equipa de Jorge Jesus, apenas quatro dias depois de a ter deixado atordoada, nada muda em relação aos dados do encontro. Falar-lhe em pressãoéir­relevante. “O Chaves está no mesmo escalão do Sporting, joga para diferentes objetivos. A responsabi­lidade é inerente ao próprio jogo. Não passa de um jogo. Quando damos o máximo, a mais não somos obrigados. É por aí. É como o favoritism­o ou a pressão... é indiferent­e, não vamos por aí. O que nós pensamos é que temos capacidade e, se estivermos no nosso limite, poderemos passar esta eliminatór­ia, que é importante para todos os flavienses”, explicou. É claro que há quem entre em campo pressionad­o, mas, desta vez, é o emblema teoricamen­te mais forte e Ricardo Soares só tem olhos para a estratégia do Chaves. “Foco-me sempre naquilo que nós podemos fazer. Nas nossas tarefas, na nossa qualidade. Incidimos o nosso comportame­nto diário numa ideia de jogo, motivando os jogadores para essa ideia, para que possamos, a cada dia, ser mais fortes”, declarou, como quem se coloca à margem da tensão que se instalou ali ao lado, em Vila Pouca de Aguiar, onde o Sporting ficou a lamber as feridas, até à hora de correr atrás da Taça de Portugal. Não estará sozinho, garantiu o treinador de um Chaves disposto a “lutar, até à exaustão, para vencer”, porque, desta vez, um empate não basta. “Uma vez que chegámos a esta fase da competição, todos queremos fazer um bom jogo e, se não pudermos fazer um bom jogo, que possamos vencer, porque é mesmo importante para nós”, afirmou, seguro de ter uma equipa disponível para se “transcende­r”, porque menos do que isso será curto. De novo, é preciso um “jogo perfeito”: “Só desta forma podemos eliminar o Sporting. Obviamente, temos noção de contra quem vamos jogar.”

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