Tragédia em azul Drama em verde
BELENENSES E V. SETÚBAL SÃO REFERÊNCIAS INCONTORNÁVEIS DO FUTEBOL E DO DESPORTO PORTUGUÊS E VIVEM MOMENTOS COMPLICADOS
SAD E CLUBE DE COSTAS VOLTADAS NO RESTELO; SÓCIOS NÃO APOIAM DIREÇÃO NO BONFIM
1. Belenenses clube e SAD estão de costas voltadas. O contencioso já se arrastou pelos tribunais, mas, como sabemos, há coisas que os tribunais não resolvem.
A situação não é nova, mas incomoda sempre: o Belenenses clube não se sente representado pela SAD, que, à face da lei e da ética desportiva, devia ser o seu prolongamento nas competições profissionais.
Embora o tribunal tenha deci
dido que o Belenenses clube não tem o direito de recomprar à Codecity as ações da SAD, vejo mal como é que uma sociedade desportiva pode subsistir e continuar a ostentar o emblema de um clube que não quer que assim seja, por outras palavras contra a vontade do seu legítimo proprietário.
Para já, pelo andar da car
ruagem, não sei quem vai ganhar, mas sei quem fica a perder: os sócios e adeptos do Be- lenenses, entalados num confronto que os transcende e que, digam o que disserem, terá sempre um impacto negativo no prestígio do clube, se não mesmo no seu rendimento desportivo.
O Belenenses confunde-se com a história do futebol em
Portugal e é triste vê-lo envolvido nestas agruras, que podem conduzir, no limite, a uma passagem pelos distritais ou até à sua própria extinção. Entendo que se os sócios do Belenenses não querem a Codecity, fica insustentável esta permanecer; do mesmo modo defendo que, se a Codecity contribuiu para a salvação e valorização do clube, deverá ser remunerada em conformidade com valor do seu contributo.
Não vislumbro outra forma de resolver o impasse e, só espero que prevaleça o bom senso, que permita acabar com esta novela.
2. A assembleia geral do Vitória de Setúbal chumbou, pela segunda vez, as contas de 2015; as de 2016, logicamente estão ainda por aprovar.
Já foi alertado que uma terceira reprovação poderá levar a que o Vitória perca o seu estatuto de instituição de utilidade pública.
Como o Belenenses, o Vitória é uma referência incontornável do futebol e do desporto nacional.
Não sei de quem é a culpa deste imbróglio, se é que as há; tenho a perceção que o atual presidente muito tem feito para salvar o clube, mas claramente os sócios não pensam assim.
Perante este estado de coisas e os riscos explosivos que encerra, a pergunta que se impõe é apenas esta: de que está à espera esta direção para se demitir e pedir a convocação de eleições?