ANSIEDADE TOLHEU SONHO DOS PACENSES
João Henriques ainda arriscou tu dono ataque mas abriu buracos que confirmaram a descida
P. Ferreira caiu para a 2ª Liga, após 13 anos no escalão principal, e ontem, em Portimão, a equipa não mostrou argumentos que permitissem alimentar a esperança num final feliz: foi pouco ambiciosa e depois, quando arriscou, abriu autênticas avenidas, aproveitadas pelo adversário. O Portimonense, sem forçar, mostrou melhores argumentos e, sobretudo, bem maior tranquilidade, perante uma equipa pacense que pareceu desde cedo conformada com o seu destino - futebol pouco alegre e em largos momentos sem a garra que cos- tuma caracterizar quem joga partidas decisivas.
Coube ao Paços a primeira situação de perigo (Luiz Phellype, ao lado) mas o Portimonense respondeu de pronto (defesa de Rafael Defendi, a desvio de Pires) e a turma da capital do móvel mostrou sempre algum receio, alguma incapacidade para assumir o jogo. E quando dispôs de espaço o guarda-redes Léo esteve em excelente plano, como aconteceu aos 17’, quando Xavier surgiu isolado. O golo inaugural, anulado pelo auxiliar Pedro Mota mas validado (e bem) pelo VAR, pois Pires não estava em posição irregular, traçou em definitivo o rumo do jogo: o Paços acusou o golpe e resignouse à medida que os ponteiros do relógio avançavam.
É certo que a equipa de João Henriques teve duas boas opor- tunidades para empatar, através de cabeceamentos defeituosos de Pedrinho (57’) e Ricardo (68’), mas nessa fase já era visível o risco que a equipa corria, abrindo espaços para as transições do Portimonense.
Risco confirmado quando aos 71 minutos o guarda-redes Rafael Defendi caiu no relvado para permitir a João Henriques transmitir uma ordem bem simples: apostar tudo no ataque, colocando Ricardo no eixo do ataque, pois nem o empate serviria à equipa pacense. Com tanto espaço no meiocampo contrário, Nakajima aproveitou, foi por ali fora, rematou, Rafael Defendi sacudiu para a frente e Pires fez o bis e deixou o jogo praticamente decidido. O Paços, como lhe competia, lutou até ao fim mas o golo de Rúben Micael chegou tarde. E o Portimonense continuou a beneficiar de transições em superioridade numérica, que acabaria por valer mais um golo. *
PACENSES PARECERAM DESACREDITAR BEM CEDO E NEM GOLO DE RÚBEN MICAEL LHES DEVOLVEU A ESPERANÇA