Record (Portugal)

CAPITÃO BATEU COM A PORTA

- ALEXANDRE MOITA E JOÃO SOARES RIBEIRO

RUI PATRÍCIO FOI O PRIMEIRO A RESCINDIR

Das intenções aos atos. Rui Patrício foi o primeiro jogador a avançar com a rescisão de contrato por justa causa alegando, entre outras coisas, que o Sporting colocou em causa a sua “segurança e integridad­e física”, levando o jogador a “temer pela vida”. Esta decisão foi tomada após Bruno de Carvalho ter vetado a sua transferên­cia para o Wolverhamp­ton, numa altura em que o jogador já tinha efetuado os testes médicos. Depois deste episódio, e com as relações com o líder leonino já muito degradadas, o guarda-re- BdC entretanto se demitir. Aliás, o negócio com o Wolverhamp­ton, nos moldes em que foi desenhado, também está de pé e pode ser recuperado mediante essa mesma condição.

Na carta de rescisão enviada logo de manhã, à qual o nosso jornal teve acesso, o internacio­nal português não hesita em apontar o dedo ao presidente, Bruno de Carvalho, que acusa de ter colocado “uma pressão inaceitáve­l sobre os jogadores”, atribuindo os maus resultados registados à “falta de profission­alismo” do plantel. Após enunciar todo o enquadrame­nto legal que alega para ter rescindido, e contar todos os episódios passados nos últimos seis meses, o jogador termina a missiva revelando que toda a situação lhe apresentou “enormes danos”. “O representa­nte máximo da SAD criticoume publicamen­te, ofendeu-me, suspendeu-me, acusou-me, processou-me. Atiçou, diversas vezes, a ira dos adeptos contra mim, e contra os colegas de equipa, bem sabendo que alguns dos adeptos, em particular nas claques, reagem de forma primária e irracional a quaisquer declaraçõe­s proferidas pelo presidente”, acusa. Declarando-se ainda de “consciênci­a tranquila”, destaca o “respeito” que lhe merecem “a maioria dos sportingui­stas”.

Refira-se que agora Rui Patrício dispõe de 7 dias para refletir sobre a decisão, podendo mesmo anulála, mas após esse período o processo segue os seus trâmites legais. Se o internacio­nal português vencer em tribunal, tem o direito de receber os salários remanescen­tes até final de contrato (2022). Contras feitas: 9, 6 milhões de euros que totalizam os 2,4 M€ brutos por temporada.

Época cheia de sobressalt­os

Arescisão de Patrício teve por base a recusa de Bruno de Carvalho, mas a verdade é que jáhámuito tempo que o guardião ponderava esta decisão. Depois do jogo emMadrid, e não estando intimament­e ligado àderrota, a situação do guarda-redes inverteu-se por completo , devido ao comunicado a rebater as críticas de Bruno de Carvalho. Rui Patrício, como outros pesos pesados, foram acusados pelo presidente de instigador­es darebelião, o que cavoulogo aí um fosso. Na receção ao Benfica, o Marrazes também foi ‘brindado’ comtochas, aindaque as claques tenham desvaloriz­ado a ação; após o jogo na Madeira, emque teve culpas no lance do segundo golo, foi ‘apertado’ nas garagens de Alvalade. *

Se vencer em tribunal terá de receber 9,6 M€ da SAD. Admite voltar atrás se Bruno de Carvalho sair

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