Record (Portugal)

HUGO SANTOS Aos 21 anos, cumpriu um sonho de criança ao ajudar o Mafra, onde cresceu para o futebol, a garantir a promoção à 2.ª Liga. Em pleno relvado do ‘velhinho’ Dr. Mário Silveira, falounos do caminho até ao objetivo.

- PEDRO PONTE

Pela segunda vez na história cinquenten­ária do Mafra, o clube da pequena vila da zona Oeste vai jogar na 2ª Liga, fruto de uma campanha brilhante no Campeonato de Portugal. O Jamor foi o palco da consagraçã­o e, entre aquele grupo que foi quase uma família, surge um nome ‘da casa’: Hugo Santos. Aos 21 anos, o jovem lateral-direito cumpriu um sonho de criança, ao ajudar o clube da terra a garantir um lugar no futebol profission­al. O pai, José Santos, jogou no Mafra nos anos 90 e, então, também ajudou o clube a subir dos distritais à 3ª divisão. É, por isso, um exemplo. “Ver o filho subir à 2ª Liga deixou-o muito emocionado. Nunca tinha visto o meu pai assim. Nem conseguia falar”, explica-nos Hugo Santos, que nos recebeu em pleno relvado do ‘velhinho’ Campo Dr. Mário Silveira, ali bem perto do Convento de Mafra. A ligação de Hugo Santos à vila é muito forte. Nasceu em Torres Vedras, é verdade, mas só deixou Mafra quando se mudou para o Seixal para representa­r o Benfica – onde fez grande parte da formação. A meio de 2015/16, temporada de estreia dos mafrenses na 2ª Liga, voltou ao emblema onde começou a dar os primeiros toques na bola, mas a descida de divisão trouxe muitas nuvens negras. “Nesse ano treinava com a equipa principal e jogava nos juniores. Evolui muito, mas acabámos por descer na última jornada”, recorda. Depois desse momento negativo da história do clube, os adeptos afastaram-se um pouco. A ‘desconfian­ça’ em torno da equipa cresceu e só foi recupe-

“DEMOSUM MURRO NAMESA DEPOIS DADESCIDA. ESTATERRA MERECE ESTAR NO FUTEBOL PROFISSION­AL”

rada esta época. Um dos motivos? Outro homem da terra ‘puxou’ os mafrenses de volta para o estádio. “O míster Luís Freire é aqui da zona e conseguiu trazer os adeptos para perto de nós. Demos um murro na mesa depois da descida. Esta terra merece estar no futebol profission­al e demos tudo por isso esta época. Conversámo­s uns com os outros e acabámos por perceber que era possível. Aquela descida doeu-nos muito, foi um choque tremendo para Mafra”, diz-nos o lateral. Ele próprio, refira-se, confessou-nos que, ao início, era difícil acreditar que, entre 80 equipas, o Clube Desportivo de Mafra seria uma das duas que vi- riam a garantir a promoção à 2ª Liga: “Com o passar do tempo vi que tínhamos um grupo muito forte e conseguimo­s subir por mérito nosso. Tínhamos muitos jogadores novos e não estava à espera de subir de divisão, no início. Mas depois foi espetacula­r!” Certo é que, por conhecer como poucos a vila e o clube, Hugo Santos não tem dúvidas em afirmar que a humildade foi um fator decisivo para a conquista do título. Não

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