A heroína
A actriz dá corpo a uma figura mítica da resistência espanhola, assassinada por nunca denunciar os seus companheiros
Mesmo perante as maiores adversidades, “ela nunca abriu a boca para denunciar os companheiros de clandestinidade, o que fez dela um autêntico mito da história de Espanha”, explica Rita Lello, à TV Guia, que se prepara para dar vida a Mariana Pineda.
A peça é assinada pelo clássico Federico Garcia Lorca. “Há uma transferência da personagem histórica para o mito. O Lorca habituou-se, desde pequeno, a ouvir falar em Mariana Pineda, a ver a sua estátua e foi uma mulher que sempre o intrigou e apaixonou. Na peça, o Lorca faz dela uma heroína da ética, com laivos de romantismo. Ela perdeu a vida por uma causa, a da luta contra o Absolutismo, em Espanha”, avança ainda a actriz. Na História, além deste aspecto, Mariana Pineda, nascida em Granada, na Andaluzia, foi sobretudo “uma mulher muito activa nas suas lutas políticas e é uma verdadeira heroína espanhola, que acabou por ser assassinada em 1931”.
ORGANIZAÇÃO E DISCIPLINA
Neste momento, Rita Lello está à frente da direcção de actores da novela Paixão, da SIC. Por isso, está a acumular o trabalho em televisão com mais esta peça na sua “casa”, o Teatro A Barraca. “Vai ser duro! É preciso uma grande organização e disciplina. Mas a peça é muito bonita e, por vezes, o cansaço também acaba por se pôr ao serviço de uma personagem, como é o caso, que está no limite. Vale a pena ir ver, porque será uma montanharussa de aventuras ao longo de cerca de hora e meia”, partilha com a nossa revista, entusiasmada.