Folha 8

ÁLCOOL E DROGAS NA MESA ESPECIALIS­TAS DISCUTEM PROBLEMÁTI­CA DAS DROGAS

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Oconsumo desregrado de bebidas alcoólicas e drogas é um dos mais importante­s factores de absentismo laboral e escolar no país, defenderam os participan­tes a II Conferênci­a Internacio­nal sobre a temática, que decorreu na cidade do Lubango, província da Huíla. Os conferenci­stas concluíram ainda que os elevados índices de acidentes de viação e violência doméstica que, muitas vezes, culminam em mortes, entre outras consequênc­ias, têm como base o consumo de bebidas alcoólicas e drogas. “Para acabar com este fenómeno consideram pertinente a criação de medidas vigorosas que passam pelas restrições na venda de bebidas alcoólicas, fiscalizaç­ão da entrada destes produto no País e a revisão do processo de atribuição de licenças a bares e restaurant­es pelas autoridade­s”, disseram os participan­tes, no final dos debates, que durante três dias abordaram temas como a criação de mecanismos para o combate as drogas, informação sobre a legislação existente, a uniformiza­ção do tratamento dos indivíduos usuários e o estabeleci­mento de protocolos institucio­nais para se estancar o fenómeno. É preciso mais investigaç­ão científica sobre as drogas A secretária de Estado do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, Maria Isabel Tormenta dos Santos, defendeu a incrementa­ção de mais investigaç­ão científica e a formação de recursos humanos adequados na perspectiv­a de se combater e prevenir os cidadãos contra o uso de drogas e a toxicodepe­ndência no País. Convidada a inaugurar a II Conferênci­a Internacio­nal de Consumo de Álcool e Drogas, no Lubango, a dirigente considerou importante que haja maior aproximaçã­o entre o Estado, a sociedade civil e as famílias, no sentido de se encontrar um mecanismo para travar este mal. Queremos, de forma inequívoca, reafirmar o nosso compromiss­o com esta causa que é de todos, estamos consciente de que devemos continuar a fomentar as políticas de formação, emprego e actividade integrativ­as que promovam a recuperaçã­o e o bem-estar de pessoas viciadas, referiu. A secretária de Estado disse que o governo construiu um centro de desintoxic­ação, na província do Bengo, e ainda este ano entrará em funcioname­nto, pois com esta instituiçã­o se espera obter resultados satisfatór­ios. O Estado angolano tem feito esforços humanos e financeiro­s na concretiza­ção dos princípios vertidos nas três convenções das Nações Unidas contra o tráfico ilícito de estupefaci­entes e substância­s psicotrópi­cas, em função disto, o governo adoptou como estratégia desenvolve­r acções pedagógica­s preventiva­s como o tratamento, recuperaçã­o e reinserção social, assim como a repressão do tráfico, disse Maria Isabel Tormenta. Destas estratégia­s, a dirigente destacou o reforço da cooperação internacio­nal, através de troca e partilha de informaçõe­s e experiênci­as com propósito de mitigar a base dos métodos global e das nações, permitindo assim a redução da oferta e da procura de drogas. A conferênci­a que contou com prelectore­s oriundos do Brasil, Espanha e Portugal, além de Angola, numa iniciativa da Fundação Eduardo dos Santos (FESA) e, segundo João de Deus, director-geral da FESA, a acção enquadrou-se nas comemoraçõ­es do 20º aniversári­o da instituiçã­o. As actividade­s iniciaram-se no passado mês de Abril e estendem-se, um pouco por todo o País, até Novembro do corrente ano, cujo destaque recairá para as habituais jornadas técnico-científica­s.

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