O ÚLTIMO QUE FECHE A PORTA
Alguém disse que “nós somos filhos e agentes de uma civilização milenária que tem vindo a elevar e converter os povos à concepção superior da própria vida, a fazer homens pelo domínio do espírito sobre a matéria, pelos domínios da razão sobre os instintos”. Donald Trump tem a solução para combater o Estado Islâmico e o terrorismo: “olho por olho, dente por dente“. Chegados, na Europa, à globalização, à moeda única e, quiçá, a um modelo federal de estados, é razoável pensar que são cada vez mais os instintos e cada vez menos as razões. De um lado e do outro residem argumentos válidos, tão válidos quanto se sabe (é da História) que para os senhores do poder (hoje terroristas, amanhã heróis – ou ao contrário) o importante é a sociedade que tem de ser destruída e não aquela que tem de ser criada. É isso que pensam ou pensaram, por exemplo, George W. Bush, Osama bin Laden, Saddan Hussein, Tony Blair, Robert Mwgabe e José Eduardo dos Santos. Aliás, G. Geffroy dizia pura e simplesmente que o importante é avançar por avançar, agir por agir, pois em qualquer dos casos alguns resultados hão-de aparecer. Os EUA avançaram, feridos que foram no seu orgulho de polícias do Mundo. Com eles estiveram e estão uma série de países, nem todos de forma sincera. Talvez não seja o caso dos europeus mas é, com certeza, o caso de muitos estados árabes que, com medo do cão raivoso, aceitaram (mesmo que contrariados) a ajuda do leão. Quando se aperceberem (alguns já se aperceberam), o leão derrotou o cão e prepara-se para os comer a eles. O leão, como mais uma vez se confirma, não terá necessariamente de ter nacionalidade norte-americana ou europeia. Aliás, os homens do tio Sam são especialistas em criar leões onde mais lhes convém. Em certa medida Osama bin Laden, tal como foi Saddam Hussein, foram leões “made in USA”. Ao contrário do que pensam os ilustres operacionais da NATO, do FBI da CIA ou de qualquer coisa desse tipo, ninguém tem neste planeta (pelo menos neste) autoridade e poder ilimitados. O mesmo se aplica em relação aos agora chamados de terroristas. Mas, como os instintos ultrapassam a razão, ambos estão convencidos que são donos e senhores da verdade absoluta. O confronto foi, é e será, por isso, inevitável. Significará esta tese que a 3ª Guerra Mundial está aí ao dobrar da próxima esquina? Significa exactamente isso. Só falta saber a que distância está a próxi-