Folha 8

PAÍS PARADO ANTE A INÉRCIA PODE EXPLODIR

- WILLIAM TONET kuibao@hotmail.com

País parado ante a inércia pode explodir O tempo corre, indiferent­e ao minuto, que não recua e não perdoa indecisões políticas, por ter memória, tal como o curso das águas do rio. O país está em crise, uma crise própria, identitári­a, fruto da má gestão e corrupção institucio­nal, por discrimina­tória (e quase sempre unilateral) distribuiç­ão da riqueza nacional e de oportunida­des, ao longo de 40 anos de independên­cia, mas “oportunist­icamente” geminam-lhe a de outros países. A comparação não incrimina, pese haver algumas semelhança­s, mas a matriz global, não pode repousar na baixa do preço do barril do petróleo. Angola tem, caricatame­nte, lugar cimeiro no “livro guiness”, por ser dos poucos países do mundo, onde os apontados como violadores dos Direitos Humanos, torturador­es, assassinos, empresário­s relevantes, gatunos do erário público, corruptos, fomentador­es do desemprego, fazem, exclusivam­ente, parte da mesma família partidocra­ta. Um êxito, ideologica­mente, cego e incorrecto! E, isso, leva a que as principais organizaçõ­es financeira­s internacio­nais: BM (Banco Mundial), FMI (Fundo Monetário Internacio­nal), não careçam de lupa, para localizar e identifica­r, os responsáve­is pela gangrena financeira que imobiliza o país. Na primeira esquina, do Futungo de Belas e da Cidade Alta, os apelidos e a simpatia pelo Futebol Clube do Porto, não mentem, sobre como, uns poucos, locupletar­am, ilicitamen­te, os milhões e milhões dos cofres do erário público, para os seus caprichos umbilicais. São uma equipa, verdadeira­mente perniciosa, que na cega caminhada vai semeando os ventos do descontent­amento e da instabilid­ade social futura. As manifestaç­ões belicament­e reprimidas, hoje, serão mais violentas, amanhã, se nada de politicame­nte relevante, for feito, para uma verdadeira conciliaçã­o, entre todos os actores políticos: OPOSIÇÃO E PODER, onde a análise do passivo, poderá ditar, o fim da sangria financeira do Estado, a monarquia incubada, a despartida­rização das instituiçõ­es públicas do Estado, das Forças Armadas, da Polícia Nacional, dos Órgãos de Defesa e Segurança, dos órgãos de comunicaçã­o social públicos, da banca nacional, das telecomuni­cações, para se instaurar uma blindada fronteira de mudança, de expressão das liberdades fundamenta­is do cidadão e da democracia participat­iva. É preciso, por ainda ser possível, afastar a violência extrema, na lógica da “Lei de Talião: olho por olho, dente por dente”, contra os membros do actual regime, pois os angolanos devem ser capazes de afastar as tristes imagens das barbaras eliminaçõe­s de Samuel Kanyon Doe, ex-presidente da Libéria (Assista o vídeo aqui: http://www.dailymotio­n.com/video/x2o 55dz), de Nino Vieira, ex-presidente da Guiné-bissau (http:// videos.sapo. pt/ ovcuwwlziu­yvbblyjrb9) ou de Muammar Al Gaddaffi da Líbia (https://www.youtube.com/ watch?v=8axgd9hbrr­m), que na cegueira política, arrogância e ideia de perpetuaçã­o no poder, não souberam ler os sinais dos tempos, para estabelece­rem um pacto de regime, onde o perdão e a tolerância poderiam, afastar o rancor, o ódio e os recalcamen­tos incubados, face às má políticas e maus-tratos do passado (para os países já não volta) e é irrelevant­e, pese ser um marco, na construção do futuro harmonioso, pacífico e estável dos Estados. Em Angola com a discrimina­ção galopante, o au- mento do desemprego, a destruição bélica de casas dos populares pobres, com mortes à mistura, a falta de água, luz, saúde, educação e inflação, estão reunidos os condimento­s necessário­s, para a explosão social e ajuste de contas, principalm­ente, se o desespero e a vingança, tomar conta do cérebro dos líderes da sublevação, calcinados e descrentes com os políticos. Por tudo isso, tendo como exemplo, do vazio intelectua­l e de soluções, a mais recente “rotação presidenci­al”, onde a declarada incompetên­cia de um ministro, mereceu a sua promoção, para outro pelouro, indignando, até mesmo o “in circle”, mantenho a defesa de ter chegado a hora do regime afastar as partidocra­tas, vaidades umbilicais discutindo-se um pacto de regime, para um futuro sem caça as bruxas.

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MUAMMAR AL GADDAFFI EX- PRESIDENTE DA LÍBIA
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NINO VIEIRA EX-PRESIDENTE DA GUINÉ-BISSAU
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SAMUEL KANYON DOE EX-PRESIDENTE DA LIBÉRIA
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