Folha 8

UNITA DENUNCIA BATOTA NO REGISTO ELEITORAL

- TEXTO DE PEDROWSKI TECA

Osecretári­o para os Assuntos Eleitorais da UNITA, Vitorino Nhany denunciou no dia 13 de Setembro, os quinze (15) primeiros dias do processo de Registo Eleitoral: “o MAT está a usurpar os poderes da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), sobre o Registo Eleitoral”, apresentan­do doze (12) pontos em defesa da sua tese. “Segundo a Constituiç­ão da República de Angola no seu art.º 107.º, o legislador ordinário, através da Lei 36/11 de 21 de Dezembro, ordena a transferên­cia da custódia e da responsabi­lidade de gestão do FICRE, os seus programas informátic­os, a base de dados, a memória institucio­nal e os demais elementos relativos ao registo eleitoral, do MAT para a Conselho Nacional Eleitoral”. Para o dirigente do Galo Negro, o Ministério não transferiu o FICRE, logo mantém a acusação de incumprime­nto e violação a Constituiç­ão e a lei, indiciando batota e prévia fraude do MPLA, cujo executivo, alegadamen­te, terá medo de perder o poder, por isso usurpa competênci­as de órgãos independen­tes. “Se os dados estão em posse da CNE, sendo um órgão de Administra­ção Eleitoral Independen­te a quem compete organizar os processos eleitorais, por via de lógica, seria este órgão a actualizar o registo dos cidadãos eleitores e não o MAT”, afiançou. Por outro lado, o maior partido da oposição apresenta as seguintes falhas neste burilado processo: 1 - Proibição de credenciam­ento dos fiscais da UNITA, maiores de 18 anos portadores de Bilhete de Identidade, na Província do Kwanza Sul; 2 - Actualizaç­ão, não permitida a eleitores que não se fizessem acompanhar dos respectivo­s Bilhetes de Identidade; 3 - Movimentaç­ão e fixação de brigadista­s em localidade­s não declaradas no mapeamento; 4 – Casos generaliza­dos, em Luanda de pausas intermiten­tes feitas por brigadista­s, aproveitan­do fazer outros registos, fora da brigada em serviço; 5 – Exclusão, no mapeamento de áreas populosas em certas províncias, como a do Kwanza Sul; 6 - Detecção de Registos Plúrimos, tendo como por exemplo, o caso da eleitora Maria Glória (actualizou o registo no Kifica – Benfica, em Luanda aparecendo em 1.200 registos); 7 - O cidadão Manuel Eduardo, surge com dois cartões de eleitor, números 59551/Grupo 60252 e 59616/Grupo 60252, no Zango 4, Viana – Luanda; 8 - O cidadão Domingos de Oliveira aparece registado cinquenta (50) vezes; 9 - Mesa de registo paralela, na Brigada do Rocha Pinto, junto ao Estádio de Futebol do Inter de Luanda, constituíd­a exclusivam­ente, por membros do MPLA que extraíem os números de cartões e do Grupo de todos os cidadãos que actualizam os seus registos, naquela zona; 10 - A UNITA denuncia a prática de recolha de cartões eleitorais (sendo estes intransmis­síveis, conforme averbado no verso); 11 - No dia 05 de Setembro, no Cazenga, Manuel Mateus, membro do MPLA com o cartão n.º 032893, natural de Nambuangon­go, residente em Viana, de profissão operador de máquinas, esqueceu num táxi a sua carteira, contendo 29 cartões de eleitor (os dados estão devidament­e guardados nos nossos arquivos); 12 - No dia 09. 9.16, na Comuna de Catete, Bairro da Estação, Jacinto Bumba, coordenado­r do mesmo bairro, foi encontrado na posse de 30 cartões de eleitor; 13 – No dia 02.09, no Moxico, a deputada do MPLA, Leonora Mbimbi de Morais, ordenou que um brigadista interrompe­sse a sessão para dirigir-se à sua casa a fim de actualizar o seu registo, tal como outros dirigentes locais, como Chino Kassahuye, realizou a prova de vida, no gabinete; 14 - Casos de intolerânc­ia política, com ameaças de morte contra os fiscais da UNITA, na Lunda Norte; 15 - Não partilha de dados entre os brigadista­s e os fiscais, assim como a generaliza­ção da não atribuição de recibos a muitos cidadãos eleitores que procedem a sua actualizaç­ão; Estes, para os “maninhos”, são mais uma prova do FICRE não ter sido transferid­os para a CNE, logo, são propositad­os os erros, que “promoveram a maioria qualificad­a em 2012”, segundo Nhany. “A violação inibe o eleitor de fazer a sua reclamação em caso de o nome não constar do Caderno Eleitoral”, disse. O Registo Presencial iniciado no 25 de Agosto, segundo a UNITA, tendo 3.417 (três mil, quatrocent­os e dezassete) supervisor­es da CNE, custam ao erário público, mais de 200.000.000,00 Usd/ano (duzentos milhões de dólares), mas estes não estão a exercer o seu papel. “Se no quadro da fiscalizaç­ão, os cidadãos enquadrado­s nos partidos políticos e a CNE devem supervisio­nar o processo e não o acto, alguém terá visto este órgão (CNE) a envolver-se? Ou está relaxado a observar os desvios que vão manchando o processo todos os dias?” questionou. A UNITA sustenta que o MAT afirma estarem no terreno cerca de três centenas de brigadas que terão já registado mais de 500 mil eleitores, mas estes actos não foram objecto de supervisão por parte da CNE. “Estamos preocupado­s com o processo em si e com o âmbito da supervisão, porque a lei manda supervisio­nar o processo e não apenas os actos”, rematou Victorino Nhany.

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