COMUNIDADE INTERNACIONAL CÚMPLICE DA FRAUDE
Vejam-se exemplos recentes, os de 2012. Como lhe competia, o MPLA só dá luz verde aos observadores que entende. A União Europeia passou de 100 em 2008 para 2 (dois) em 2012. A CPLP conseguiu resolver a questão com 10 (dez). Apesar da redução numérica, o regime colocou como condição “sine qua non” serem invertebrados, corruptos e cegos. Quem melhor, por exemplo, do que Pedro Pires para chefiar a Missão de Observadores da União Africana? Não foi ele quem em 2001 ganhou as eleições presidenciais cabo-verdianas à custa de uma fraude? No entanto, a fraude não se limita ao acto do colocar o voto na urna. Começa antes, bem antes. Tão antes que ninguém da oposição consegue a tempo e horas (como, aliás, estava previsto na lei) saber o que se passa. Por alguma razão as pessoas que o regime entendeu serem as mais credenciadas para as mesas e assembleias de voto das últimas eleições foram membros da JMPLA e do SINFO, aparecendo alguns destes como sendo até indicados pelos partidos da oposição. Pela via informática/electrónica, sob comando de técnicos mercenários, os resultados reais são convertidos na linguagem já estabelecida, razão pela qual muitos dos resultados apurados in loco nas assembleias de apuramento não coincidiram com os divulgados pela CNE. Por outras palavras. O cidadão vota na FNLA, mas os controladores sabem que isso aconteceu por engano, já que o MPLA é o Povo. Por isso contabilizam o voto para o guia supremo. E, em muitos casos, a culpa nem é da CNE que, de facto, divulga os dados que recebe e que julga terem origem nos centros de escrutínio. Mas não. Os enviados desses centros passam pelo “campo de reeducação patriótica” e são convertidos e reenviados para a CNE. A comunidade internacional diz sempre que as eleições podem ser consideradas mais ou menos justas. Uma terminologia exclusiva para os pretos africanos, pois no Ocidente (Europa e EUA) tal é intolerável. Não