EUA: IMIGRAÇÃO É “UM PRIVILÉGIO, NÃO UM DIREITO”, DIZ TRUMP A MERKEL
Achanceler alemã foi recebida, a 17.03.2017, na Casa Branca pelo Presidente norteamericano. Foi a primeira cimeira americana-alemã desde a eleição de Donald Trump. Na conferência de imprensa, ambos os líderes consideraram bastante profícua a reunião. A palavra de ordem parece ter sido a aproximação e a cordialidade, mesmo se, durante a conferência de imprensa, Merkel se mostrou algo tensa e prudente O presidente norte-americano garantiu à chanceler o seu “forte apoio” ao Tratado da Aliança do Atlântico Norte - NATO e apelou a um comércio igualitário e justo. “Reiterei à chanceler Angela Merkel o meu forte apoio à NATO assim como a necessidade dos nossos aliados da NATO pagarem a sua parte do custo de defesa”, disse Trump. Merkel afirmou que disse ao Presidente que a Alemanha necessita de cumprir os objetivos de despesa da NATO. Os dois também debateram a Ucrânia e o Afeganistão. Donald Trump agradeceu à chanceler e ao Presidente francês, François Hollande, os seus esforços na Ucrânia, sublinhando a necessidade de uma solução “pacífica” para o país. Imigração: “um privilégio, não um direito”. O Presidente referiu ainda que, no que diz respeito à imigração, é preciso lembrar que esta é “um privilégio, não um direito”. Pelo que, depreende-se, cada país se deve reservar o direito de ditar as suas próprias políticas e prioridades sobre o problema. “A segurança dos nossos cidadãos deve sempre vir em primeiro lugar. Sem dúvida alguma”, afirmou Donald Trump, felicitando Angela Merkel pela luta anti-terrorista da Alemanha. Durante a campanha eleitoral Trump criticou a chanceler pela sua política de acolhimento aos refugiados. Durante a conferência de imprensa Merkel deu ideia de diferenças de opinião sobre o assunto quando disse “este foi obviamente um assunto sobre o qual trocamos ideias”. Merkel prudente “Tivemos uma conversa na qual tentámos abordar também as áreas em que não estamos de acordo, mas tentamos juntar as pessoas... Encontrar um compromisso que seja bom para ambas as partes”, disse Merkel. “É difícil chegar a compromissos mas foi para isso que fomos eleitos”, disse a chanceler, lembrando que, tanto ela como Trump, têm ideias e percursos políticos muito diferentes. “Tivemos uma conversa profícua em que, quando as nossas opiniões diver- giram, procuramos encontrar as diferentes perspectivas e chegar a soluções de compromissos que sejam positivas para ambos os lados,”explicou. Não sou nacionalista” Perante uma pergunta dirigida à chanceler sobre o muro que Trump quer continuar na fronteira com o México, e a alegada política isolacionista do Presidente, este antecipouse e tomou a palavra: “Será que posso responder primeiro?”, perguntou, perante uma Merkel surpreendida que lhe passou depois a vez com um sorriso. “Eu não acredito numa política de isolacionismo, acredito numa política justa e os Estados Unidos têm sido tratados de uma maneira injusta por muito países ao longo dos anos”, explicou Trump. “Isso vai parar. Mas eu não sou um nacionalista, sou a favor do comércio livre”. Angela Merkel respon- deu depois que entre ela e Trump não foram debatidas “as questões econômicas”, tendo sido abordadas questões “de segurança e de Paz”. E deu uma no cravo e outra na ferradura. “Temos de ter uma globalização aberta mas obviamente justa, a liberdade de circulação dentro da União Europeia é uma questão importante e é também um pilar”, referiu Merkel, lembrando que durante vários séculos e até não há muitos anos os países europeus estavam em guerra uns com os outros. “Mas temos também de nos proteger e de colaborar com os nossos vizinhos, a imigração tem de ser gerida, o tráfico de seres humanos tem de ser travado e os refugiados têm de ter oportunidades nos países onde são acolhidos e nos seus países de origem”, concedeu a chanceler alemã.