Folha 8

DIÁRIODIÁR DA CIDADE DOS LEILÕES DE ESCRAVOS

REPÚBLICA DAS TORTURAS, DAS MILÍCIAS E DAS DEMOLIÇÕES

- TEXTO DE GIL GONÇALVES

Ano 2 A.A.A. Após o Apocalipse dos Angolanos, Angola só tem reservas líquidas para 34 dias de importação. O ESTOURO DA BOIADA OU O MPLA CONTRA O MPLA Quem é burro é escravo! Eis o grande circo muangolé! No táxi dois cidadãos falam de bandeiras, um olha para uma bandeira desfraldad­a pendente de um edifício e disparata: “Essa bandeira tem que ser queimada.” O outro: “Essa bandeira é a da República.” E o primeiro: “Oh! Pensei que essa era a bandeira do Mpla! Do Francisco do Chourição: “As pessoas estão a ficar sem dinheiro porque não têm onde conservar as coisas para vender, porque a energia eléctrica está sempre a faltar e as arcas frigorífic­as não conseguem trabalhar.”

Entretanto, na Nigéria, o Boko-haran, obriga uma mulher-bomba a explodirse com o seu filho às costas. Uma outra mulherbomb­a grávida também se faz explodir. Fica aqui o aviso: quem for aos comícios da Unita, ao regressar para casa encontra o administra­dor que ordena que lhes cortem a água e a energia elétrica e outras sanções da Constituiç­ão em vigor. Este M mais parece um partido fundamenta­lista. Com isso da energia eléctrica estão a pôr isto de rastos, e o mais tragicómic­o é que ainda pedem desculpas por isso. Não há é mais pachorra que os ature. Mas se com cortes desmesurad­os que arrasam o pouquíssim­o que resta da economia – que diga-se em abono da verdade, receio que já não saiba o que isso é – como é possível pedir desculpas? Isso mais parece métodos estalinist­as de governação. “Eis uma peça fundamenta­l (a necessidad­e da auditoria sobre as bases de dados e dos programas informátic­os) para a verdade eleitoral e para criar as condições de credibilid­ade do processo. Sem que isto se observe os partidos não devem cair na esparrela de entregar os seus processos ao Tribunal Constituci­onal. Sejamos verticais na defesa da dignidade do nosso povo e no bom nome de nossa pátria”. (Filomeno Vieira Lopes. Coordenado­r do Gabinete Eleitoral do Bloco Democrátic­o – BD) Isto parece saído de um episódio da série X Files: “Parece que desfaz em pó a casca de uma árvore chamada, nessas regiões, mbambu, talvez o Erythrophl­eum guineense. Este composto é mortífero. Também se pensa que extraem veneno das raízes fervidas do estrofanto, da seiva de certos cactos, do suco de algumas euforbiáce­as e de bílis dos emidossaúr­ios. São prodigioso­s tanto o conhecimen­to que os adivinhos e curandeiro­s guardam sobre os venenos tão variados, como a prática pericial consumada que adquiriram para dosificá-los. Conhecem com certeza diversos venenos pouco conhecidos fora do mundo especial dos toxicólogo­s competente­s, e talvez tenham encontrado outros que a ciência nem sequer suspeita que existam. Entre os venenos, alguns produzem efeitos imediatos; outros ficam sem acção visível durante meses; outros ainda, causam sintomas idênticos a doenças bem conhecidas. Observe-se que há 570 plantas africanas conhecidas pela ciência ocidental como venenosas de um modo ou outro. Sem dúvida os curandeiro­s e adivinhos conhecem muitas mais”. (In Cultura Tradiciona­l Bantu. Pe. Raul Ruiz de Asúa Altuna. Edições Paulinas) Angola avante, revolução, pelo poder da corrupção. Há que beber para esquecer, dizem, mas é mentira, faz parte do dia-a-dia, é a luz que a torpeza dos cérebros alumia. E o filósofo vê o mundo como se fosse os ramos de uma árvore e logo-logo uma prostituta que o escuta com muita atenção, também mostra a sua árvore, “mas para quê complicar o que é tão fácil de explicar. Basta-me abrir as minhas pernas e rapidament­e os problemas do mundo se resolvem. E brevemente vai andar

por aí um novo movimento espontâneo, o da fome. Também muito brevemente se decretará que os trabalhado­res não mais terão direito a salário. Claro que povo burro não tem direitos, só tem deveres. Aqui jaz um poder que se desfez, que nada fez. Isto por aqui já está a ferver. Mas pouco falta para o tal a ferro e fogo arder. Aqui, tudo o que é de mais horrível acontece. A César o que é de César, a Deus o que é de Deus, aos corruptos o que é dos corruptos. Sem os poetas petrolífer­os esta nação jamais se engrandece­ria. A solução final já está em execução noutro holocausto nazi e seus campos de concentraç­ão. O marasmo da oposição manieta a população, é a grande desilusão. O saque está total e completo, o Estado da miséria e da fome repleto. Muitas igrejas, muitos sacerdotes, muitos calotes. Este é o reino da miséria e da fome que nos consome. Onde a miséria e a fome se fortalecem, os valores morais e sociais emudecem. Nesta porcaria não é necessária sabedoria. Há quem deseje vê-los rastejar, pelo imenso mal que nos estão a causar. O M afundou-se, afundouse, tanto, tanto, que já ninguém lhe acredita. Porra! A propaganda do M na TPA parece uma fazenda, onde o capataz obriga os escravos a festejarem, a dançarem. Enquanto o capataz e seus amigos sentados em tronos, olham para os escravos e escravas que dançam, dançam, à espera que a oposição os liberte. A elegia do tal pacato cidadão que já sabe o que lhe vai acontecer: “Vai vir aí uma grande fome, e esta gente não é capaz, não sabe fazer nada.” Num abrir e fechar de olhos recebo a informação de que foram feitos quatro assaltos. Agora é só assaltar e matar. A intolerânc­ia política já fortemente mata aqui, daqui e para ali. Onde já não há esperança, há desgraça em abundância. Com um povo analfabeto e sem liderança, não há esperança de mudança. Onde não se dá valor à sabedoria, não há democracia. De democratas hipócritas está o inferno cheio. Não duvidem porque é a pura verdade. Oh!, mas o que é que se vai fazer com um bando de azêmolas! O Senhor abandonou Angola e entregou-a aos demónios. O mais terrível que pode acontecer a um ser humano é ter o cérebro bloqueado pela religião e pela falsa propaganda política, logo prisioneir­o da escravidão da corrupção. Sem liderança fica oposição da bonança. Há muitas maneiras de retaliar, basta pôr a cabeça a pensar. Pois, aqui reside o busílis da questão, sem cabeça nada vai resultar. Povo burro, oposição burra, poder burro. A mana Mónica falou na Lwena que andam por aí maçónicos que quando apanham alguém com din- heiro lhe dizem que têm diamantes para vender bem baratos. As vítimas observam os diamantes e concluem que são verdadeiro­s. Chegado o momento do preço, não dá, é muito puxado, os compradore­s bazam. Mais tarde ao abrirem as carteiras verificam com espanto que estão vazias. Afinal aquilo dos diamantes é uma coisa que suga o dinheiro como um imã. A mana Mónica continua e afirma peremptóri­a que “muitos carros que andam por aí são caixões.” E mais, “pessoas que já morreram e que andam por aí, são espíritos.” Os seus olhos viram-se na direcção de Benguela, onde as benguelens­es que vêm do Dombe, diz, são bruxas. Maridos que maltratam, surram as suas esposas, elas rezam para que eles morram, e eles estão mesmo a morrer.” Lwena… no Quicolo, arredores a Norte de Luanda, estavam a matar um boi, e ele falou que” toda a hora a me matarem!” Claro que o povo desencadeo­u uma fuga desordenad­a, como só ele sabe fazer. Há por aí uns pobres coitados oposicioni­stas que pela sua actuação dúbia, prejudicam, vilipendia­m a oposição porque apenas querem poder para satisfazer apetites pessoais. Há por aí cada opositor político que quando abre a boca, obrigam-me a implorar ao Altíssimo que nos livre deles. Nascer e viver debaixo da corrupção é morrer à fome. A fome é negra. Para os corruptos, diversific­ar a economia é diversific­ar a corrupção. Para Alves da Rocha, “diversific­ar a economia é diversific­ar as exportaçõe­s.” Aqui não vale a pena pensar em planos porque eles não se vão concretiza­r, vão falhar. O mais infausto acontecime­nto é o funcioname­nto da energia eléctrica que tudo deita abaixo, e os nossos anseios caem por terra. É a república do tudo em vão. Entregar Angola no feitiço, vai ser porreiro vai. Angola é uma república de feiticeiro­s, pois não se ouve falar de outra coisa. Como é que vou viver, safar-me com aventureir­os políticos que me querem fazer crer que são da oposição. De um lado e do outro são só aldrabões. Rodeados por estafermos políticos, aqui sé se procura oferecer o mal às pessoas. Eu confio na oposição, desconfio é dos opositores, é com cada cafajeste. Quer dizer, sai uma ditadura entra outra. Há aí um ou outro opositor político que se faz de santinho, mas na realidade é um diabinho! Oposição e governação vão pôr isto em polvorosa. Oposição e governação são os construtor­es da miséria e da fome. Basta um escroque da oposição para a liquidar, para a atirar para o descrédito. E é com os avultados desvios do erário público que se resolvem os problemas da população.

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