ALBERTO OLIVEIRA PINTO DISTINGUIDO COM PRÉMIO SAGRADA ESPERANÇA
Ohistoriador Alberto Oliveira Pinto venceu o prémio literário Sagrada Esperança 2016 com o ensaio “Imaginários da História Cultural de Angola”, um texto inédito que aborda as preocupações do autor sobre a chamada história cultural (ou das representações ou dos imaginários), vista como um conjunto de significados e símbolos construídos pelos homens para explicar o mundo.
Alberto Oliveira Pinto foi escolhido entre trinta candidatos e é distinguido pela segunda vez com o prémio, depois de ter sido galardoado em 1998 com o romance Manzaga. Na altura da publi- cação do romance Mazanga, a professora Elizabeth Ceita Vera Cruz, da Universidade Católica de Angola, referiu que se tratava de um romance “iniciático”, de um ficcionista que estava a descobrir que queria ser historiador. Segundo a nota de imprensa enviada ao Folha 8, a obra “Imaginários da História Cultural de Angola” é um conjunto de ensaios pós-doutorais, escritos entre o ano de 2010 (data do Doutoramento em História de África) e 2015, onde o autor privilegia os imaginários angolanos nativistas românticos (alguns já independentistas) do século XIX, assim como os nacionalistas que se foram formando, não só depois de 1945, mas sobretudo depois do Processo dos 50, no final da década de 1950. A edição deste ano do Prémio Sagrada Esperança esteve envolta em polémica, depois do Ministério da Cultura ter, num primeiro momento, cancelado a atribuição por dificuldades financeiras, decisão que acabaria por reverter, conforme noticiou o Folha 8 na edição de 21 de Janeiro de 2017. O prémio de periodicidade anual tem um valor monetário de 2 milhões de Kwanzas e foi instituído em 1980, em homenagem póstuma ao presidente António Agostinho Neto, numa alusão à sua actividade como poeta. Para Alberto Oliveira Pinto, este prémio tem um sabor especial, pois recebe-o na qualidade de historiador e dedica o mesmo ao povo angolano.