Há (AINDA) ALGUMA COISA QUE NÃO SEJA DO REGIME?
AEmpresa Gestora de Terrenos Infra-estruturados (EGTI), criada em 2015 pelo Governo angolano (e que – como não poderia deixar de ser – está sob a superintendência directa do Presidente da República ou do ministro das Finanças) para assegurar essa gestão comercial, prevê facturar 710 milhões de euros, até 2020, com a venda de terrenos em duas cidades construídas de raiz em Luanda. A informação consta do plano estratégico da EGTI, documento aprovado este mês por decreto presidencial, prevendo a empresa, totalmente estatal/regime, colocar à venda 974 lotes de terreno infra-estruturado nas novas cidades do Kilamba e do Camama. Além destes duas, a EGTI, uma imobiliária do regime, já recebeu este mês, do Estado, a gestão dos terrenos infra-estruturados da cidade do Sequele, também em Luanda, e mais 20 centralidades em vários pontos do país, além de uma extensa área de elevado potencial imobiliário na zona do Sambizanga, centro da capital angolana. Só nos lotes de terreno das duas cidades, que recebeu do Estado devidamente infra-estruturados, a EGTI prevê facturar, até 2020, um total de 773 milhões de dólares (710 milhões de euros). Investimento a captar pela empresa junto de promotores nacionais e internacionais, bem como de investidores em produtos financeiros. No seu plano estratégico, a EGTI, que está em fase de implementação, refere que será “o único veículo, a nível nacional, que poderá comercializar os terrenos infra- estruturados de domínio público e privado do Estado”, devendo “priorizar a captação de receitas com a comercialização de terrenos, de modo a suportar o arranque da sua actividade sem recurso a financiamento”.