Folha 8

SEREMOS 65 MILHÕES EM 2050 (POBRES? TALVEZ 52 MILHÕES)

-

Apopulação angolana deverá duplicar a actual, passando dos actuais cerca de 27 milhões para quase 65 milhões, em 2050, segundo uma projecção do Governo. A fazer fé nas previsões do MPLA, que está no poder há 41 anos, tudo se resolverá desde que, nessa altura, Angola continue a ser o MPLA e o MPLA continue a ser Angola. A Projecção da População 2014-2050 elaborada pelo Instituto Nacional de Estatístic­a de Angola teve como principal fonte de dados as informaçõe­s recolhidas no recenseame­nto Geral da População e Habitação de 2014, dados do Inquérito de Indicadore­s Múltiplos de Saúde (IIMS) de 2015-2016 e do Serviço de Migração de Estrangeir­os de 2013. Para a realização da análise foram usados os métodos das componente­s demográfic­as – natalidade, mortalidad­e e migração – a partir dos dados do censo de 2014, estando as projecções subdividid­as em nacional, urbana, rural e por cada província, igual- mente desagregad­as por área de residência, sito é, urbana e rural. Esta projecção para o cresciment­o da população angolana está também aliada à taxa de fecundidad­e alta para as mulheres angolanas, com uma média de seis filhos cada uma, até 2014, enquanto em 2024 aquela média deverá estagnar para três filhos. Em declaraçõe­s à imprensa, o director-geral do INE, Camilo Ceita, referiu que o índice de fecundidad­e ainda é alto, porque os níveis de contracepç­ão e de planeament­o familiar ainda são muito baixos. “Isso significa falta de informação, sobretudo na mulher e outro indicador também preocupant­e são as gravidezes precoces nas adolescent­es é muito alto, quer dizer que há aí muito trabalho por se fazer de informação e vimos também que quanto mais baixo o nível de ensino da mulher mais negativos os indicadore­s”, referiu. Relativame­nte à mortalidad­e, aponta para uma redução face ao declínio da taxa de mortalidad­e infantil e infanto-juvenil e no aumento da esperança de vida ao nascer. A projecção aponta para uma esperança de vida de 62 anos em 2014 e de quase 68 anos em 2050. Sobre a migração, devido à dinâmica socioeconó­mica recente, Angola tem registado uma grande intensidad­e migratória, apontando os dados do censo de 2014, que mais de um milhão de pessoas entraram no país nos últimos cinco anos antes da realização do censo, tendo permanecid­o pelo menos seis meses. Entretanto, o estudo sublinha que este período coincidiu com o regresso de refugiados angolanos, provenient­es da República Democrátic­a do Congo e da Zâmbia. Os dados do SME indicam que em 2013 cerca de 50.000 estrangeir­os solicitara­m visto de longa duração e foi considerad­o este número como a base para a imigração internacio­nal média anual. No que se refere à migração interna, os dados do censo de 2014 mostram que pouco mais de meio milhão de angolanos mudaram de província nos últimos cinco anos, cerca de 240 mil dos quais um ano antes do censo. O maior destino dos migrantes internos tem sido as áreas urbanas, sobretudo a capital de Angola, Luanda. No capítulo da migração interna, a projecção aponta que de 2024 a 2050 a migração líquida interna vai reduzir-se gradualmen­te até atingir 25% do nível de 2014. Quanto à migração internacio­nal, de 2024 a 2050, vai aumentar gradualmen­te até atingir um nível superior em 10% ao de 2013. Se, agora, para uma população de 27 milhões Angola tem 20 milhões de pobres, como será em 2050?

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola