Folha 8

O QUE DIZ JOAQUIM CHISSANO

-

Joaquim Chissano, antigo Presidente de Moçambique, defendeu no dia 3 de Outubro de 2016 que os países africanos deveriam levar mais a sério os resultados do Índice Ibrahim de Governação Africano. “Creio que, se explorarmo­s bem o Índice Mo ibrahim, seria muito bom porque às vezes muitos indicadore­s atrapalham”, afirmou. Lembrando a multiplici­dade indicadore­s, como o mecanismo de avaliação dos pares em África, Bretton Woods e de organizaçõ­es como OCDE, Commonweal­th, União Europeia, e a informação recebida do FMI e do Banco Mundial, lamentou que os governos africanos ignorem o Índice Mo Ibrahim porque decidiram usar outros como premissa. “O desafio aqui é encontrar uma maneira de fazer chegar o índice aos países, em primeiro lugar, sensibiliz­ar para o seu valor para que estudem com mais cuidado e tomem em consideraç­ão o que o índice diz”, vincou Joaquim Chissano. Lançado pela primeira vez em 2007 pela Fundação Mo Ibrahim, o Índice Ibrahim de Governação Africano (IIAG) mede anualmente a qualidade da governação nos países africanos através da compilação de dados de diversas fontes. O objectivo é informar e ajudar os cidadãos, governos, instituiçõ­es e o sector privado a avaliar a provisão de bens e serviços públicos e os resultados das políticas e estimular o debate sobre o desempenho da governação com base em dados concretos e quantifica­dos. A avaliação, que usa 93 indicadore­s e informação recolhida junto de 33 instituiçõ­es globais, é feita de acordo com quatro categorias: Segurança e Estado de Direito; Par- ticipação e Direitos Humanos; Oportunida­des Económicas Sustentáve­is; e Desenvolvi­mento Humano, divididas por 14 subcategor­ias. O estudo, que pretende fazer uma análise temporal mais abrangente ao reflectir sobre os dados desde 2006, conclui que a degradação nos últimos anos na categoria Segurança e Estado de Direito travou o progresso da governação africana alcançados na última década. Segundo o estudo, a governação subiu um ponto na média global do continente, tendo 37 países, que abrangem 70% dos cidadãos africanos, a registarem progressos, em grande parte devido aos progressos registados nas categorias de Desenvolvi­mento Humano e Participaç­ão e Direitos Humanos. O Desenvolvi­mento Económico Sustentáve­l também obteve melhorias, mas a um rit- mo mais lento. “No entanto, estas tendências positivas são contrariad­as por uma acentuada e preocupant­e queda em Segurança e Estado de Direito, dimensão na qual 33 dos 54 países africanos, onde vivem quase dois terços da população do continente, sofreram um declínio desde 2006, que foi particular­mente visível em 15 dos países”, enfatiza o estudo.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola