Folha 8

SIGA A PENA DE MORTE

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Oreino esclavagis­ta de Teodoro Obiang, também conhecido por Guiné Equatorial, acaba de passar um (mais um) monumental atestado de estupidez aos restantes membros da Comunidade de Países de Língua (mais ou menos) Portuguesa – CPLP. Tudo normal, portanto. De cócoras, cantando e rindo, eles lá vão… levados, levados sim! Assim o reino de Obiang (amigo íntimo de José Eduardo dos Santos) diz que está disposto a abolir “imediatame­nte” a pena de morte mas só quando for encontrado um “modelo adequado” que tenha em conta o contexto de terrorismo no qual se insere, reafirmou um vice-primei- ro-ministro desta ditadura abençoada pelos países ditos lusófonos. “Pedimos ao Governo amigo português para que nos ajude. Quando encontrarm­os um modelo adequado para a abolição total da pena de morte no meu país, vamos adoptá-lo imediatame­nte”, disse o viceprimei­ro-ministro para os Direitos Humanos da Guiné Equatorial, Alfonso Nsue Mokuy. Que é uma vergonha, isso é. Que é um crime, isso é. Mas, na verdade, a vergonha é algo que há muito está arredado dos países da CPLP. É também um crime se, eventualme­nte, esses países fossem sérios e íntegros. Como não são, siga a… pena de morte. Em Guimarães (Portugal), de visita à Unidade Operaciona­l em Governação Electrónic­a da Universi- dade das Nações Unidas (UNU-EGOV), com sede na Universida­de do Minho, o governante equatoguin­eense garantiu ainda que o cumpriment­o dos Direitos Humanos no seu país “está a evoluir” e que está a ser adoptada legislação nesse sentido. Tudo leva a crer que, com a ajuda do “Governo amigo português”, ainda durante este século a Guiné Equatorial adoptará legislação que respeite os direitos humanos e possa abolir a pena de morte. A abolição da pena capital era uma das condições ‘sine qua non’ exigidas (isto é como quem diz!) para a integração da Guiné Equatorial nesse elefante branco chamado CPLP, da qual se tornou membro de pleno direito na cimeira de Díli, em Julho de 2014, depois de conseguir que nenhum dos outros países mostrasse ter coluna vertebral. “Nós já demos o primeiro passo e depois falamos com o Governo amigo português para que tenha em conta a nossa situação. Na África Central, especialme­nte entre a Nigéria e os Camarões, há activistas do Boko Haram [organizaçã­o fundamenta­lista islâmica], e todos os dias há mortos”, contextual­izou Alfonso Nsue Mokuy, passando assim um atestado de nanismo intelectua­l a todos os parceiros, sobretudo a Portugal. “Temos que ter muito em conta a nossa posição na África Central antes de adoptar a abolição da pena de morte”, justificou assim Alfonso Nsue Mokuy o porquê de ainda não ter sido banida a pena capital no seu país. Se ao Boko Haram se juntar o Estado Islâmico e, entre outros, o Abu Sayyaf, a Al-qaeda, o LRA – “Exército de Resistênci­a do Senhor”, o Lashkar-e-tayyiba, o Al-shabaab etc. é bem provável que a Guiné Equatorial só vá abolir a pena de morte quando Teodoro Obiang conseguir que os rios passem a nascer na foz. Questionad­o sobre o respeito pelos Direitos Humanos na Guiné Equatorial, o governante deu sinais do que chama evolução mas que, afinal, é uma mera anedota: “Posso dizer que o cumpriment­o dos Direitos Humanos está a evoluir. Tivemos recomendaç­ões e estamos a materializ­álas, ao nível dos direitos dos deficiente­s, direitos das crianças, igualdade de género. Estamos a adoptar disposiçõe­s para evoluir”.

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