O HISTÓRICO BREXIT COMEÇOU (I)
NNove meses depois do referendo de Junho de 2016 sobre o Brexit, voto popular que levou a Inglaterra a se separar da União Europeia (EU), a chefe do governo britânico deu início ao processo de divórcio no passado dia 29 de Março. Seguir-se-á, durante dois anos, segundo preceitos do artigo 50º do Tratado de Lisboa, um período de negociações entre Londres e os seus futuros ex-parceiros europeus. A situação política actual é favorável à primeira-ministra, Theresa May, que aborda esta fase delicada em posição de força, na medida em que o Labour, partido da oposição, se encontra em estado de deliquescência no exercício de um contraditório amolecido pela opinião dos eleitores britânicos sobre este dossier em que predominam questões muito complicadas, como o destino a dar aos expatriados, acesso ao mercado único, controlo de fronteiras e montante da factura fiscal a pagar pelo governo britânico à EU. Actualmente, 53% dos britânicos aprovam a sua conduta, enquanto somente 23% fazem confiança ao líder do Labour, Jermy Corbyn, o que contrasta com as condições de há seis meses, altura em que essa senhora foi nomeada chefe do governo por imperativo de vazio na liderança, depois da retirada de David Cameron, adepto da permanência do país na UE, portanto, sem eleições, graças ao votos nominativos do seu partido, os Tories. Hoje, a situação é completamente diferente, a reticente e muito frouxa pro-eu May transformou-se em implacável “brexiter” e reina sobre um partido, onde só alguns “dinossauros” tentam contrariá-la. “Brexit, significa brexit (…) nem pensar em ficar na EU,” clama agora May para, em seguida, reivindicar um “(…) acesso o mais livre e fluido possível” às suas reivindicações, o que para a líder britânica significa lançar as bases de uma “Grã-bretanha Mundial” (“Global Britain”).