O HISTÓRICO BREXIT COMEÇOU II
Acarta que Theresa May enviou no 29 de Março ao presidente do Conselho europeu, Donald Tusk foi, ou será, oficialmente anunciada como tendo sido recebida nas horas que se seguirem, desde que nada mude em relação à posição expressa por Theresa May em Janeiro do ano em curso. Nessa altura, Londres expressou o seu desejo de sair da EU sem entraves, sem acessos ao seu mercado interior nem à união alfandegária, a fim de recuperar o seu antigo controlo dos fluxos migratórios sem sentir o peso das exigências da Corte de Justiça europeia. A questão no seu todo será agora analisada e o problema que se levanta é saber se tais premissas podem ser aceites pela UE. Já se sabe, elas serão abordadas numa reunião marcada para o dia 29 de Abril em Bruxelas e, logo a seguir, nos primeiros dias de Maio, a Comissão Europeia traduzirá em mandatos os pormenores de todos esses itens, calculando, por exemplo, de que modo estabelecer o montante a pagar pelo Reino Unido aos Vinte e Sete da Europa, uma factura que poderá atingir entre 55 e 60 biliões de euros. Em todo o caso, a protecção do mercado interior e as suas quatro liberdades de circulação – de pessoas e bens, de serviços e de capitais – estarão na linha a frente dos debates. A ver vamos… Entretanto, não podemos esquecer que cerca de 3 milhões cidadãos europeus estão estabelecidos no Reino Unido e Theresa May recusa garantir que os seus direitos prevaleçam válidos no pós-brexit se não forem salvaguardados os benefícios de um seguro recíproco em favor do 1,2 milhão de britânicos que se instalaram em países da UE. May garantiu que pagaria, mas a Europa sabe que Londres não pode pagar tudo por junto e está disposta a fazer concessões. Falta calcular o montante dos juros depois de aceite a factura final. E os britânicos, assim como os expatriados da Europa no Reino Unido sabem que serão eles quem vai pagar.