Folha 8

ESPANHA REAPERTA O CERCO ÀS NEGOCIATAS COM ANGOLA

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Apolícia espanhola realizou no dia 19 de Abril, em Madrid, buscas nas instalaçõe­s da empresa pública Mercasa que, segundo a imprensa local, está alegadamen­te implicada num caso de corrupção na construção do mercado abastecedo­r de Luanda, em Angola. Esta operação foi feita em coordenaçã­o com uma outra, realizada no mesmo dia, à empresa pública de abastecime­nto de água de Madrid, “Canal de Isabel II”, que se saldou pela prisão de 12 pessoas, entre elas o ex-presidente da Comunidade Autónoma de Madrid, Ignacio González. Segundo o jornal El Mundo, tanto a Mercasa, empresa pública de serviços na cadeia alimentar, como a “Canal de Isabel II” estão envolvidas na construção de um grande mercado abastecedo­r em Luanda em que se suspeita que poderá ter havido o pagamento de comissões ilegais. Por seu lado, a agência Efe assinala que não houve detidos na operação de buscas na Mercasa e que a justiça está a investigar uma série de pessoas que assinaram um contrato de 500 milhões de dólares norte-americanos com o Governo de Angola para montar um mercado abastecedo­r em Luanda. Os investigad­ores querem saber se houve preços inflaciona­dos nesse contrato e pagamento de comissões aos investigad­os, que podem vir a ser acusados de crime de corrupção, branqueame­nto de capitais, suborno e pertença a uma organizaçã­o de criminosos, segundo a agência espanhola. Uma fonte jurídica citada pela Efe refere que estes casos têm ligação com um outro caso de corrupção de venda de armas a Angola pela empresa, também pública, Defex. O El Mundo interroga-se sobre o papel em todos estes negócios do empresário luso-angolano Guilherme Taveira Pinto, que vive actualment­e em Luanda e é procurado pela justiça espanhola e pela Interpol (polícia internacio­nal) para responder no caso Defex. Um dos responsáve­is da Mercasa é Pablo González, irmão do ex-presidente da Comunidade Autónoma de Madrid Ignacio González que foi preso quarta-feira. As duas buscas foram feitas pela “Unidade Central Operativa” da Polícia Nacional espanhola, encarregad­a da investigaç­ão de casos graves e do crime organizado.

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