Folha 8

NÃO SOMOS NEM IMBECIS NEM CRIMINOSOS

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Certamente quando o jornalista do Público, José António Cerejo, revelou a divida de Pedro Passos Coelho à Segurança Social portuguesa apresentou algum “documento que sirva de fonte primária ou que permita perceber como o jornal Público chegou” à conclusão de que, de facto e de jure, havia essa dívida. Certo? Não. Errado. O F8, tal como – presumimos – o Público, não tem que revelar as suas fontes, sejam elas primárias ou não. No número 7 do Código Ético e Deontológi­co dos Jornalista­s do F8 pode ler-se: “O jornalista não deve revelar, mesmo em juízo, as suas fontes confidenci­ais de informação, nem desrespeit­ar os compromiss­os com elas assumi- dos. A não revelação das fontes é, aliás, uma das razões pelas quais vale a pena ser preso.” Escreveu o Público, que “a Comissão decidiu, por unanimidad­e, pedir esses documentos e a lista de devedores, com o objectivo de os fazer chegar ao Ministério Público, que investiga a ruína do BES. O que recebeu não são provas, são outras versões (em papel e em vídeo) das mesmas denúncias que tinham sido feitas pela rádio.” Já agora, deixamos à consideraç­ão dos deputados portuguese­s e aos seus homólogos cá da praça, sobretudo aos do regime, bem como dos “Press officers e Media consultant­s“, uma basilar definição do que, cá em casa, consideram­os ser fundamenta­l: Se um jornalista não procura saber o que se passa, é um imbecil. Se sabe o que se passa e se cala, é um criminoso. Mesmo não revelando as nossas fontes, primárias ou não, recusamo-nos a ser imbecis e, ou, criminosos. Nós fazemos o nosso trabalho. Já agora, que os deputados portuguese­s (e alguns jornalista­s) façam o seu.

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