GIGANTE ASIÁTICO
A China Gezhouba Group Corporation é um dos gigantes da construção da China. Tendo sido fundada em 1970, é membro nuclear da China Energy Engineering Group Co., Ltd., uma das mais importantes empresas estatais chinesas. Os negócios da CGGC cobrem o projecto, a construção, investimento e operação em conservação de água, energia hidro-eléctrica, energia térmica, energia nuclear, energia eólica, transmissão e transformação de energia, rodovias, caminhos-de-ferro, pontes, aeroportos, portos, vias navegáveis, edifícios industriais e civis, bem como imóveis, produção de cimento e explosivos civis. Tem operações em 80 países, desde a Mongólia até ao Brasil. Na China, a CGGC é uma das empresas mais competitivas e com capacidades de financiamento muito fortes. Em resumo, estamos pe- rante uma empresa do Estado chinês (na sua maioria), com capacidades técnicas e financeiras muito destacadas e impressionantes. Foi a esta empresa que José Eduardo dos Santos adjudicou a construção da barragem de Caculo Cabaça. A questão que se coloca é: o que faz a CGGC associada a Isabel dos Santos? Se temos uma empresa que constrói barragens, para que precisa esta de Isabel dos Santos, que não constrói barragens? É precisamente este o erro que pode custar muito caro à potência chinesa: a associação inexplicável aos elementos do governo que são repudiados pela sua actuação no saque do país, e consequente miséria. A não ingerência chinesa acaba por se tornar em associação com o poder. Essa associação tem benefícios a curto prazo, como é óbvio, mas custos pesados a longo prazo. Um destes últimos é a crescente percepção da China como potência opressora, que nada faz de diferente por comparação com as anteriores potências coloniais ou neocoloniais, apenas apresentando uma retórica alternativa, que rapidamente sucumbe à realidade. E há uma perplexidade que permanece: a China tem o dinheiro, tem a capacidade técnica, tem a empresa. Empresta o dinheiro para construir, constrói. Para que necessita de se associar a Isabel dos Santos, tornando-se cúmplice do regime que os angolanos, mais dia, menos dia, deitarão abaixo? (*) Maka Angola