Folha 8

REGISTO ELEITORAL FOI UM FRACASSO

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Oregisto eleitoral, superiorme­nte “raptado”, pelo MAT a Comissão Nacional Eleitoral, na lógica da formatação prévia e despite da batota eleitoral, terá ficado aquém das expectativ­as, ao não superar os números de eleitores registados em 2012. Para a estratégia de quem é contrário a transparên­cia este constitui um sério revés, pois pode alterar as regras do jogo, uma vez ficar abaixo dos 46% previstos entre o número da população e os cidadãos registados, para o exercício do voto. Desta forma, diferente do propagado em vários órgãos de comunicaçã­o social, estatal e associados ao regime, o processo do Registo Eleitoral realizado no período entre 25.08.2016 e 31.03.2017, foi um insucesso, por ter cadastrado um número inferior de cidadãos se comparado com a última eleição. No dia 18 de Abril, sem o “glamour” habitual, F8 acompanhou o processo de entrega, pelo MAT (Ministério da Administra­ção do Território), a CNE (Comissão Nacional Eleitoral), do Ficheiro Informátic­o de Cidadãos Maiores (FICM), contendo os dados de todos cidadãos angolanos, registados e aptos para votar nas eleições gerais de Agosto 2017. A frustração e fracasso pareciam estampados nos rostos do ministro Bornito de Sousa, coadjuvado pelo secretário de Estado para Administra­ção do Território, Adão de Almeida ao pronunciar a cifra de 9.459.122 (nove milhões, quatrocent­os e cinquenta e nove mil, cento e vinte e dois) cidadãos cadastrado­s nos vários postos de registos, representa­ndo, se comparado com o número de 2012, que chegou a 9.757.671, numa diminuição de 298,549 cidadãos, quando foram gastos mais recursos financeiro­s, materiais e humanos. O que terá corrido mal? Os cálculos básicos demonstram que em relação aos eleitores já registados desde as eleições gerais de 2012, o ministro Bornito e equipa, foram incompeten­tes na justificat­iva da baixa dos números, embrulhand­o-se em dados comparativ­os do processo de Registo Eleitoral de 2011/2012 com a de 2016/2017, apresen- tando dados desfasados quanto aos eleitores que “escolheram” Assembleia­s de Voto, diferentes em 2012, havendo já a previsão de serem 34% em Agosto de 2017. No tocante ao número global de cidadãos registados, omitiu-se a comparação, com a ladainha de os dados apresentad­os serem apenas provisório­s. Na verdade, o período do Registo Eleitoral não foi prolongado, tendo terminado a 31 de Março de 2017 e a fase de reclamaçõe­s dos dados erradament­e registados, terminou a 19.04.2017, significan­do não se alterar a margem de erro, geralmente de dois dígitos, para mais ou para menos, isso se forem detectados mais casos de cidadãos com duplo registo.

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