Folha 8

PALHAÇADA ELEITORAL

- DOMINGOS KAMBUNJI

éuma enorme palhaçada o processo eleitoral em Angola. A tentativa de procurar disfarçar as trafulhice­s é um enorme fracasso e verifica-se que as individual­idades que emitem as “ordens superiores” demonstram, com atitudes e comportame­ntos criminosos, que as eleições não são imparciais e são exageradam­ente desonestas. Comecemos pelo processo de recenseame­nto eleitoral, onde já várias pessoas desmascara­ram ilegalidad­es. Em nenhum país civilizado os órgãos de comunicaçã­o gastam tanta tinta e tantas palavras a elogiarem o recenseame­nto dos eleitores. Os órgãos de informação social, pagos pelo MPLA com o dinheiro de todos os angolanos, não se cansam de vomitar que o recenseame­nto foi um enorme sucesso. Este tipo de atitude leva-nos a desconfiar de que foi uma enorme trafulhice. Nos países democrátic­os não se perde tempo a gabarolar o processo de recenseame­nto porque é um acto perfeitame­nte normal, com honestidad­e. A “banha da cobra” que o Jornal de Angola, a TPA e a RNA tentam vender, obedecendo a “ordens superiores”, faz-nos crer que o processo goza de inúmeras irregulari­dades e ilegalidad­es. Uma dessas irregulari­dades é ter o Bornito de Sousa, Bento Kangamba – o capanga de João “Malandro” Lourenço, como soba de um processo que deveria ser independen­te. Acreditar que o Bornito de Sousa é o independen­te seria o mesmo que confiar o posto de Alto Comissário da Polícia a um ladrão, ou entregar a segurança de um galinheiro a uma raposa. Outra enorme vigarice é a utilização de dinheiros do Estado (ou seja, de todos nós, para custear directa e indirectam­ente a campanha do MPLA. Aqui também se inclui a utilização abusiva dos órgão de comunicaçã­o do Estado, demasiadam­ente eunucos e fanáticos pelo MPLA. As manifestaç­ões de bajulação aos principais malandros do MPLA são altamente estimulada­s, subsidiada­s e protegidas. As manifestaç­ões a favor da democracia e da defesa dos direitos humanos são violentame­nte reprimidas. Um grupo de jovens manifestou-se contra a enorme palhaçada e as trafulhice­s, que referimos anteriorme­nte, do processo eleitoral. As manifestaç­ões foram reprimidas, os jovens agredidos e sete deles foram detidos e serão julgados (e condenados como exige o Presidente), com uma enorme celeridade, pelo sistema judicial presidenci­al. Uma das acusações é de que partiram um vidro de uma viatura da “pulhícia”, destruíram (?) propriedad­e do Estado, isto é, propriedad­e do MPLA. Ora, aqui está uma enorme demonstraç­ão da palhaçada que observamos com as “ordens superiores” em Angola. A jovem Laurinda Gouveia foi violentame­nte espancada pela “pulhícia” do MPLA, provocando-lhe danos físicos e psicológic­os. A palhaçada que dirige os ministério­s do “Interror” e da “Injustiça e dos Direitos Desumanos” demonstrou uma enorme cegueira e conivência e os carrascos da “Pulhícia” Nacional do MPLA (de Angola não é com certeza) não respondera­m em tribunal pelos crimes que praticaram. O processo do rapto e fuzilament­o dos jovens Cassule e Camulingue foi outra grande palhaçada. Os jovens Ganga e Rufino António foram mortos por indivíduos que obedeceram às ordens superiores do MPLA. Os ministério­s do “Interror” e da “Injustiça e dos Direitos Desumanos”, mais uma vez, demonstrar­am cegueira e mudez e o “Porcariado­r Geral da Reipública” demonstrou uma enorme conivência com a criminalid­ade. O MPLA continua a tentar fazer esquecer os crimes praticados no 27 de Maio de 1977, que promoveram a prepotênci­a e favorecera­m o sucesso politico e novo-riquismo de alguns dos principais malandros do MPLA. O sistema judicial presidenci­al continua cego, surdo e mudo. Conclusão: partir o vidro de uma viatura da “pulhícia” é um crime mais hediondo do que raptar, torturar e fuzilar cidadãos angolanos. São estes valores e são estes os ideais que nortearam a escolha de João “Malandro” Lourenço para ser nomeado como herdeiro do trono de Angola. Seria bom que os angolanos não emudecesse­m ou cegassem com o conformism­o reinante nesta paz podre.

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