A GANÂNCIA QUE LEVOU ANGOLA AONDE ESTÁ I
Não há ganância nem sombra de gananciosos nas hostes do “governo, que manda. põe e dispõe de tudo em Angola. O termo é empregue por gente frustrada, a começar por esses “pechisbeques” que vão para a rua gritar, insultar e denunciar a corrupção, o peculato e o cabritismo institucionalizado. Para esses frustrados e outros intelectuais de “meia-tigela”(sic), a crise que vivemos no país deve-se, numa palavra, à ganância. Claro está, a esmagadora maioria dos angolanos não pensa assim, o que é óbvio, pois nunca ninguém, grosso modo, lhes ensinou a pensar. Quanto àqueles que escaparam à“analfabetização estratégica do colono”, prosseguida com brio pelos actuais mandantes angolanos, esses pensam que «o complexo de colonizado levou os actuais dirigentes do país a fazer investimentos multimilionários e descontrolados em Portugal, com a compra de empresas falidas pela Sonangol, até …jornais e demais órgãos de comunicação social em declínio, por testas de ferro do regime (Álvaro Sobrinho e António Mosquito). Para humilhar os tugas tentaram comprar a RTP, SIC e TVI. Numa palavra, tentaram fazer o «colonialismo no inverso». Hoje, os resultados são catastróficos, envergonhados evitam abordar o assunto, assim como prestar contas ao povo». E o conceituado analista a que no referimos, em off concluiu, «Pensamos que a ganancia não explica totalmente tais erradas aplicações financeiras». O Folha 8 está inteiramente de acordo, pois “Totalmente”, como a perfeição, não existe. Mas... em todo o caso, a motivação é mesmo essa ganância do abutre, já assinalada antanho por Agostinho Neto. A questão que se põe é que a ganância não tem face, nem identidade, nem definição legal. Ninguém admite ser considerado ganancioso e os nomes encontrados para “eufemisar” e mesmo sublimar esse irresistível apetite, que desde sempre na história da humanidade está na origem de todas as guerras e de todos os excessos. Há mesmo definições de ganância que conseguem ter o seu quê de poético.