DECLARAÇÃO DE LONDRES
“A Declaração de Londres é um exemplo poderoso do impacto de parcerias de sucesso”, disse Haruo Naito, CEO da Eisai e um signatário original da Declaração de Londres: “Ao aproveitar os nossos recursos e focar um objectivo comum, já estamos a fazer progressos sem precedentes na direcção da eliminação destas doenças terríveis. O trabalho que estamos a fazer hoje é um investimento a longo prazo em um futuro mais saudável e próspero”. Além das doações, as empresas farmacêuticas estão a trabalhar em parceria e com institutos de pesquisa para descobrir e desenvolver novas ferramentas para prevenir, diagnosticar e tratar DTN. Um relatório publicado hoje pela Federação Internacional de Fabricantes e Associações Farmacêuticas colectou todo o escopo dos investimentos da indústria em P&D de DTN, incluindo: Sanofi e a Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas estão a desenvolver um candidato a novo fármaco oral para a HAT, fexinidazol, que substituirá o actual regime misto oral-intravenoso de fármacos. O fexinidazol poderia representar um avanço terapêutico que apoiará os esforços de eliminação sustentável, segundo o objectivo para 2020 da OMS. Espera-se que este fármaco seja submetido a aprovação regulatória até o fim de 2017. Várias empresas estão a trabalhar no desenvolvimento de formulações pediátricas de medicamentos contra as DTN, incluindo Bayer (nifurtimox, para a doença de Chagas), Merck KGAA (praziquantel, para a esquistossomose) e Elea/ Mundo Sano (que estão a trabalhar com DNDI para desenvolver uma segunda fonte pediátrica de beznidazol, para a doença de Chagas), enquanto a Johson & Johnson (mebendazol, para vermes transmitidos pelo solo) desenvolveu uma nova forma mastigável de mebendazol, recentemente aprovada pelo FDA, para crianças muito jovens. Abbvie, Bayer, Eisai, Jo- hnson & Johnson e Merck KGAA fazem parte do Programa de Aceleração de Fármacos Macrofilacida, uma iniciativa focada em identificar e criar novos compostos fármacos que podem matar os vermes adultos que causam Oncocercose e Filariose linfática. A Bayer está a trabalhar com a DNDI para desenvolver o emodepside, um novo tratamento oral para filariose linfática e cegueira dos rios. A Eisai está a trabalhar para desenvolver o ravuconazol, um novo fármaco oral actualmente em fase de testes para a doença de Chagas, e está também em parceria com a DNDI para desenvolver o ravuconazol para combater o Micetoma. A Glaxosmithkline e a DNDI entraram em acordo para juntos buscarem o desenvolvimento pré-clínico de dois novos candidatos para o tratamento da leishmaniose visceral; os candidatos foram desenvolvidos pela colaboração entre a GSK e a Unidade de Desenvolvimento de Fármacos da Universidade de Dundee, este trabalho foi financiado pela Wellcome. O acordo para o desenvolvimento pré-clínico estará condicionado à assinatura de um acordo adicional. Em 2015, Eisai, Shionogi, Takeda, Astrazeneca e DNDI lançaram o Acelerador de Descoberta de Fármacos DTN, um esforço de várias empresas para acelerar a descoberta de novos fármacos para leishmaniose e doença de Chagas. Em 2016, a Celgene Global Health também juntou-se ao projecto e a Merck KGAA anunciou que também se unirá ao consórcio. Muitas empresas – incluindo Abbvie, Astrazeneca, Bayer, Bristol-myers Squibb, Celgene, Chemo, Daiichi Sankyo, Eisai, Elea, Eli Lilly, Glaxosmithkline, Johnson & Johnson, Merck KGAA, MSD, Novartis, Pfizer, Sanofi, Shionogi, e Takeda – deram à DNDI e outras organizações sem fins lucrativos o acesso às suas bibliotecas de compostos e/ou contribuem com seus conhecimentos científicos e técnicos para a DNDI e conduzem estudos clínicos e pré-clínicos para facilitar o desenvolvimento de novos medicamentos para combater várias DTNS. A Gilead está a colaborar com o Departamento de Defesa dos EUA, Centros de Controle e Prevenção, e Institutos Nacionais de Saúde, assim como, com muitas instituições académicas para descobrir e desenvolver novos antivirais para patogenias muito infecciosas e doenças virais negligenciadas/emergentes, incluindo a dengue. O GS-5734, o agente de pesquisa mais avançado da Gilead, está a ser actualmente estudado em sobreviventes de Ébola. As empresas também estão a trabalhar com seus parceiros para resolver os problemas na cadeia de suprimentos, desenvolvendo estratégias de programas e construindo capacidade local nos países para assegurar que os medicamentos, ferramentas e outras intervenções cheguem aqueles que mais necessitam. Ainda que se tenha alcançado um tremendo progresso na redução da incidência das DTN, os objectivos globais de controle e eliminação não poderão ser alcançados sem um maior apoio financeiro, um maior compromisso político e melhores ferramentas para prevenir, diagnosticar e tratar as doenças. Esta semana, os parceiros da filantropia privada, os governos de países afectados e as associações intersectoriais comprometeram-se novamente a aproveitar seus respectivos recursos e experiência para preencher as lacunas críticas. Apesar de cerca de um bilhão de pessoas terem sido tradas às DTN em 2015, é necessário mais financiamento para garantir que os programas de DTN cheguem a todas as pessoas e comunidades afectadas pelas doenças. A OMS estima que 340 milhões de pessoas na África subsaariana poderiam ser acolhidas com novos investimentos de 150 milhões de dólares anuais até 2020.