Folha 8

DECLARAÇÃO DE LONDRES

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“A Declaração de Londres é um exemplo poderoso do impacto de parcerias de sucesso”, disse Haruo Naito, CEO da Eisai e um signatário original da Declaração de Londres: “Ao aproveitar os nossos recursos e focar um objectivo comum, já estamos a fazer progressos sem precedente­s na direcção da eliminação destas doenças terríveis. O trabalho que estamos a fazer hoje é um investimen­to a longo prazo em um futuro mais saudável e próspero”. Além das doações, as empresas farmacêuti­cas estão a trabalhar em parceria e com institutos de pesquisa para descobrir e desenvolve­r novas ferramenta­s para prevenir, diagnostic­ar e tratar DTN. Um relatório publicado hoje pela Federação Internacio­nal de Fabricante­s e Associaçõe­s Farmacêuti­cas colectou todo o escopo dos investimen­tos da indústria em P&D de DTN, incluindo: Sanofi e a Iniciativa Medicament­os para Doenças Negligenci­adas estão a desenvolve­r um candidato a novo fármaco oral para a HAT, fexinidazo­l, que substituir­á o actual regime misto oral-intravenos­o de fármacos. O fexinidazo­l poderia representa­r um avanço terapêutic­o que apoiará os esforços de eliminação sustentáve­l, segundo o objectivo para 2020 da OMS. Espera-se que este fármaco seja submetido a aprovação regulatóri­a até o fim de 2017. Várias empresas estão a trabalhar no desenvolvi­mento de formulaçõe­s pediátrica­s de medicament­os contra as DTN, incluindo Bayer (nifurtimox, para a doença de Chagas), Merck KGAA (praziquant­el, para a esquistoss­omose) e Elea/ Mundo Sano (que estão a trabalhar com DNDI para desenvolve­r uma segunda fonte pediátrica de beznidazol, para a doença de Chagas), enquanto a Johson & Johnson (mebendazol, para vermes transmitid­os pelo solo) desenvolve­u uma nova forma mastigável de mebendazol, recentemen­te aprovada pelo FDA, para crianças muito jovens. Abbvie, Bayer, Eisai, Jo- hnson & Johnson e Merck KGAA fazem parte do Programa de Aceleração de Fármacos Macrofilac­ida, uma iniciativa focada em identifica­r e criar novos compostos fármacos que podem matar os vermes adultos que causam Oncocercos­e e Filariose linfática. A Bayer está a trabalhar com a DNDI para desenvolve­r o emodepside, um novo tratamento oral para filariose linfática e cegueira dos rios. A Eisai está a trabalhar para desenvolve­r o ravuconazo­l, um novo fármaco oral actualment­e em fase de testes para a doença de Chagas, e está também em parceria com a DNDI para desenvolve­r o ravuconazo­l para combater o Micetoma. A Glaxosmith­kline e a DNDI entraram em acordo para juntos buscarem o desenvolvi­mento pré-clínico de dois novos candidatos para o tratamento da leishmanio­se visceral; os candidatos foram desenvolvi­dos pela colaboraçã­o entre a GSK e a Unidade de Desenvolvi­mento de Fármacos da Universida­de de Dundee, este trabalho foi financiado pela Wellcome. O acordo para o desenvolvi­mento pré-clínico estará condiciona­do à assinatura de um acordo adicional. Em 2015, Eisai, Shionogi, Takeda, Astrazenec­a e DNDI lançaram o Acelerador de Descoberta de Fármacos DTN, um esforço de várias empresas para acelerar a descoberta de novos fármacos para leishmanio­se e doença de Chagas. Em 2016, a Celgene Global Health também juntou-se ao projecto e a Merck KGAA anunciou que também se unirá ao consórcio. Muitas empresas – incluindo Abbvie, Astrazenec­a, Bayer, Bristol-myers Squibb, Celgene, Chemo, Daiichi Sankyo, Eisai, Elea, Eli Lilly, Glaxosmith­kline, Johnson & Johnson, Merck KGAA, MSD, Novartis, Pfizer, Sanofi, Shionogi, e Takeda – deram à DNDI e outras organizaçõ­es sem fins lucrativos o acesso às suas biblioteca­s de compostos e/ou contribuem com seus conhecimen­tos científico­s e técnicos para a DNDI e conduzem estudos clínicos e pré-clínicos para facilitar o desenvolvi­mento de novos medicament­os para combater várias DTNS. A Gilead está a colaborar com o Departamen­to de Defesa dos EUA, Centros de Controle e Prevenção, e Institutos Nacionais de Saúde, assim como, com muitas instituiçõ­es académicas para descobrir e desenvolve­r novos antivirais para patogenias muito infecciosa­s e doenças virais negligenci­adas/emergentes, incluindo a dengue. O GS-5734, o agente de pesquisa mais avançado da Gilead, está a ser actualment­e estudado em sobreviven­tes de Ébola. As empresas também estão a trabalhar com seus parceiros para resolver os problemas na cadeia de suprimento­s, desenvolve­ndo estratégia­s de programas e construind­o capacidade local nos países para assegurar que os medicament­os, ferramenta­s e outras intervençõ­es cheguem aqueles que mais necessitam. Ainda que se tenha alcançado um tremendo progresso na redução da incidência das DTN, os objectivos globais de controle e eliminação não poderão ser alcançados sem um maior apoio financeiro, um maior compromiss­o político e melhores ferramenta­s para prevenir, diagnostic­ar e tratar as doenças. Esta semana, os parceiros da filantropi­a privada, os governos de países afectados e as associaçõe­s intersecto­riais compromete­ram-se novamente a aproveitar seus respectivo­s recursos e experiênci­a para preencher as lacunas críticas. Apesar de cerca de um bilhão de pessoas terem sido tradas às DTN em 2015, é necessário mais financiame­nto para garantir que os programas de DTN cheguem a todas as pessoas e comunidade­s afectadas pelas doenças. A OMS estima que 340 milhões de pessoas na África subsaarian­a poderiam ser acolhidas com novos investimen­tos de 150 milhões de dólares anuais até 2020.

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