DIVERSIFICAR NÃO CONSTA DO EMÉRITO LÉXICO DO REGIME
Oanalista da consultora BMI Research que acompanha a economia de Angola considera que o país devia apostar na abertura ao investimento externo, já que a diversificação será um processo “extrema- mente lento”. Novidade? Nenhuma. O governo já conhece, há décadas, esta receita mas, certo de que só ele sabe – e é verdade – o que é melhor para o seu emérito clã, continua a esquecer os 20 milhões de pobres (escravos). “Se querem mesmo diversificar, então têm de abrir a economia aos investidores externos, não só no sector petrolífero, mas em todas as áreas da economia”, disse David Earnshaw. Ora aí está: “Se querem”. Mas não querem. Portanto, siga a orgia da classe proprietária dos escravos. Em entrevista em Londres, o analista da BMI deu o exemplo do sector das telecomunicações no Quénia, vincando que apesar de as empresas nacionais de telecomunicações serem “muito fortes, o sector é aberto aos investidores internacionais, mas em Angola é gerido pelo Estado e não deixam as companhias investirem”. Todos, incluindo David Earnshaw, sabem que por cá o MPLA é Angola e Angola é o MPLA. Por isso não há mais vida, segundo as teses oficiais, para além do regime. O Estado/ regime é que sabe, em exclusivo, o que é bom para os seus escravos. E se para os donos do país terem iates e outras megalomanias materiais é preciso que o Povo (os escravos) coma farelo ou mandioca, assim será. Aliás, assim é há 42 anos.