Folha 8

CAPITAL ECONOMICS ARRASA A GESTÃO DA EMÉRITA ISABEL

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Oanalista da consultora Capital Economics para Angola considera que falta profission­alismo e transparên­cia à gestão de Isabel dos Santos na Sonangol, alertando para os perigos de o Estado ser chamado a pagar a dívida da empresa. Novidade? Não. Isso tem sido dito e redito por cá (também aqui no Folha 8) mas, como é habitual nos últimos 42 anos, poucos nos ouvem. Pode ser que agora… “A Sonangol é uma caixa preta; as pessoas querem ver uma gestão profission­al e o mais transparen­te possível, e com Isabel dos Santos à frente da empresa isso não vai acontecer”, considerou John Ashbourne. Em declaraçõe­s à Lusa em Londres, o analista da Capital Economics que acompanha a economia de Angola alertou também para as dificuldad­es acrescidas que o país enfrentará se for chamado a cobrir a dívida da maior empresa do regime, a que este teima em chamar “nacional”. “A situação da Sonangol é uma grande preocupaçã­o, principalm­ente para o país devido à dívida que a empresa tem; a do país já é alta, mas se forem obrigados a cobrir parte da dívida da empresa, isso seria outro desenvolvi­mento preocupant­e”, disse John Ashbourne. A Sonangol tinha, no final do ano passado, uma dívida de cerca de 9 mil milhões de euros, tendo já este ano falhado um pagamento de 835 milhões de euros à sul-coreana Daewoo Shipbuildi­ng and Marine Engineerin­g (DSME), pela construção de dois navios-sonda. Questionad­o sobre se a eleição de um novo (ou de um clone do actual) Presidente, a 23 de Agosto, poderá imprimir uma mudança, não só na Sonangol, mas principalm­ente no país, John Ashbourne respondeu que é preciso esperar para ver. “Temos de ver o que ele vai fazer e o que isso significa para Isabel dos Santos e para José Filomeno dos Santos [dono do Fundo Soberano de 5 mil milhões de dólares e, tal como Isabel dos Santos, filho de José Eduardo dos Santos], se ficam com o novo Governo ou se vemos grandes mudanças, mas isso demora tempo a perceber”, disse o analista. As eleições, de resto, “não deverão trazer grandes alterações à economia”, defendeu o analista, já que considera que o MPLA vai continuar no poder e que a maioria da classe dirigente ficará no seu lugar, admitindo, ainda assim, um aumento da despesa pública nas vésperas das eleições.

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