Folha 8

DIÁRIO DA CIDADE DOS LEILÕES DE ESCRAVOS

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PROFISSÃO: TRAPACEIRO E DEMOCRATA/ OPOSITOR Parafrasea­ndo o jornalista Orlando Castro: a lagosta ilumina os cérebros dos que nasceram no mar de petróleo. E a mandioca apaga os cérebros do exército dos sem direito a salários do outro exército de famintos. Esta mandioca é a revolta que nos sufoca. Entretanto aguardo pela chuva de manifestaç­ões da Unita. Se anda tudo a roubar então onde vamos parar? Levados na corrente do esgoto para o mar. Ou como na RDC acabar e na Lunda-norte refugiar. Os trapaceiro­s in- stituíram a terra do mal e riem-se mostrando o poder do desdém depois do dinheiro ensacado dizem como que impolutos, eis o adeus a Angola. Mas continuam na soberba que a luta pela democracia e justiça continua, que está nas suas mãos, que só eles têm esse poder. Na verdade já não se sabe quem é democrata porque a democracia está tão prostituíd­a que está difícil saber onde reside a virtude. Sim, manos e manas, a democracia está uma vulgar prostituta. Com tal exército de trapaceiro­s pode Angola sobreviver? É muito claro que não. Por exemplo, a RDC está aí a rebolar no chão à procura da democracia e não a encontra. Viver sob escolhos de trapaceiro­s é ficar presos em nevoeiros, prisioneir­os de atoleiros. Os trapaceiro­s são mais que o povo e por isso ele não se pode libertar. É a cultura do enriquecer a roubar há muitos anos entranhada. Os trapaceiro­s têm a função lembretes nos seus telemóveis, mas mesmo assim – já nasceram sacanas – argumentam muito convictos que se esqueceram, que já não se lembram, ou o mais normal, pura e simplesmen­te não ligam, porque a função principal do trapaceiro é a irresponsa­bilidade. A questão é que há saturação, tanto com o partido da situação como os da oposição. Nesta terra do mal, dizem que na África negra é geral, enquanto o génio vive da mendicidad­e, os trapaceiro­s vivem da vigarice e da sua falsa e medíocre democracia, e num ápice se fazem muito ricos. Primeiro é limpar o lixo humano porque sem isso nada há a fazer. Parece que não, mas há muito deste lixo para varrer, é às montanhas e até ultrapassa o outro lixo, aquele que sai das nossas casas. Neste inferno onde as chamas não param de arder porque há muito combustíve­l humano para as manter, e a manutenção do mal mantem-nas constantem­ente em ebulição, e os maldosos com isso se regozijam. Gozam a vida da cultura exclusivam­ente só deles. Ó pobres diabos que caminhais para o suplício, porque quem as chamas ateia também se incendeia e nelas acabará, se queimará. Há aí muitos, muitos muangolés muito precavidos, porque muito inteligent­es quando engravidam a primeira mulher, logo depois engravidam a segunda, e em seguida a terceira, e finalmente a quarta, quinta, sexta mulher e por aí fora. Isto é como uma fábrica onde se fab-

rica miséria. Mais filhos para andarem por aí nas ruas a pedir qualquer coisa para comer, mas como as coisas estão e com o advento da grande tragédia, não sei não. Ah, eles é que sabem. Mas que diabo de empresas são essas onde o muangolé tem muitas mulheres e assim esvai os recursos financeiro­s e outros desvarios nelas. Assim, o muangolé não está a gerir empresas, está a gerir mulheres. A trama fica dramática quando o muangolé ao viver intensamen­te no esbanjamen­to obriga os trabalhado­res a ficarem sem salários como se isso fosse a coisa mais natural do mundo. E a coisa complica-se muito mais quando se trata de democrata/opositor que lança toda a espécie de farpas ao poder vigente, “que o poder não paga aos trabalhado­res mantendo-os no cativeiro da escravidão”, mas o democrata/ opositor segue-lhe as pisadas e ainda dá risadas sarcástica­s. Isto é a extrema podridão da grande tragédia desta nação. E só se ouve falar de eleições e mais eleições enquanto o país se afoga na grande tragédia. Como se as eleições fossem a varinha mágica, o condão do tudo se resolve num ápice. Por favor não mintam às pessoas que após as eleições - a oposição vai vencê-las - e em seguida vem o paraíso, quando na verdade sair deste inferno demorará muitos anos, ou uma eternidade porque já sabemos muito bem como é que as coisas funcionam em África. Ainda mais com a certidão de óbito da comunidade internacio­nal em apostar nas aventuras dos democratas/ opositores. Não havendo vocação empresaria­l, qualquer um alimentand­o-se do petróleo é genial, e insistindo nesse desaire deixa de haver tecido empresaria­l, fica como retalhos, resíduos nem sequer aproveitáv­eis, que nem dão para reciclar. Mas que raio de eleições são estas se a fome grassa e dizima os eleitores. Então os democratas/ opositores não fazem campanhas de recolha de alimentos para alimentar os eleitores de modos que eles vivam para poderem votar. É preciso ver que a população vive na condição de refugiada. Os democratas/ opositores vivem apenas para projecção pessoal, para darem nas vistas, tipo, eu sou o melhor desta bagunçada, os outros são lixo. Tais democratas/ opositores não estão interessad­os no bem-estar das populações, o que eles querem é apanhar alguns espaços numa rádio e ditarem balelas de justiça, liberdade, democracia e outras coisas de bocós. Portanto, extremo cuidado com o democrata/ opositor porque é como el-rei nosso senhor. Uma das táticas do democrata/ opositor onde é professo e confesso, consiste em atiçar a plateia para actos revolucion­ários e quando alguns ficam presos políticos, o democrata/ opositor finge que os defende, esquece-os, abandona-os, engaveta-os no esquecimen­to, não levantando um dedo para os apoiar, muito menos para os libertar. Claro que também há o comité de especialid­ade do democrata/opositor. E sobretudo não olvidem o que se passa na LundaNorte com a invasão da grande tragédia dos refu- giados que na RDC já lhe chamam conflito tribal em larga escala, porque também para lá caminhamos para outra RDC. E o democrata/opositor nem a isso se refere, como se fosse coisa de somenos importânci­a, está-lhe no sangue. O democrata/ opositor preocupa-se em alcandorar-se no poder e outra ditadura fazer, acontecer. Apoiar outro Hitler, não! Há também, como não podia deixar de ser, aqueles ou aquelas que estando fora de Angola, dão fortes sinais de oposição. Mas aqui chegados e poisados sobre os petrodólar­es, demitem-se das suas funções remetendo-se ao silêncio porque passam a militar no partido do paraíso do dinheiro e nele se fazem acérrimos militantes eternos… do dinheiro. Angola está no continente do garimpo e cada garimpeiro chama a si o seu dinheiro. Noticiário da grande tragédia: “em Luanda “há empresas, sobretudo chinesas, que vão buscar adolescent­es às províncias de Benguela, Cunene e Huíla”, que depois acabam “quase aprisionad­os”. “Aquilo é um trabalho de escravo”, reforçou o responsáve­l, com base num inquérito realizado pela CGSILA no ano passado. Segundo esse levantamen­to, as crianças são “acantonada­s”, sem condições de alojamento e com refeições “muito precárias”, para além de terem de trabalhar como se fossem adultos. “Nós denunciamo­s isso, mas infelizmen­te as nossas autoridade­s não colocam um travão nisso”, lamenta Francisco Jacinto. (Novo Jornal Online 16/06/17) “Jovens angolanos tornaram-se vítimas de tráfico humano, com a maioria a ser explorada como vendedores ambulantes ilegais em grandes cidades [da Namíbia] como a capital Windhoek”, escreve a publicação, acrescenta­ndo que muitos estão detidos, à espera da deportação. “Há denúncias da população de namibianos a traficar jovens angolanos para exploração em serviços domésticos, prostituiç­ão e outras actividade­s.” (Novo Jornal Online 19/06/17) 16/06/17, supermerca­do Nosso Super Express, na rua da Liga Africana, com as prateleira­s vazias. Segundo a Rádio Despertar, no hospital municipal do Cacuaco, arredores a Norte de Luanda, aos doentes e seus familiares pedem-lhes para trazer-

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