Folha 8

EUROPA DEVE DECLARAR ANTECIPADA­MENTE A VITÓRIA DO MPLA

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AUnião Europeia que, parafrasea­ndo Bento Kangamba (ilustre general do regime do MPLA e sobrinho de Eduardo dos Santos), ainda não percebeu que o reino não é uma colónia…, pediu ao Governo angolano a assinatura de um memorando de entendimen­to prévio para observar as eleições gerais de 23 de Agosto, pretensão que foi recusada, informou o ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges Chikoti. A União Europeia foi uma das entidades convidadas pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), indicadas pelo Presidente da República, para observar as eleições gerais angolanas, tal como, entre outras, a União Africana, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) ou Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC). “O convite é aberto. Mas não queremos quaisquer acordos específico­s com cada uma destas organizaçõ­es. Quem quiser vir, vem e quem não quiser, pode não vir, mas o certo é que o convite é aberto”, disse Georges Chikoti, citado na edição de domingo passado do Pravda do regime, o Jornal de Angola. O ministro informou, segundo ordens superiores de Eduardo dos Santos via general Kopelipa (ou terá sido ao contrário?) que o memorando proposto pela União Europeia previa a circulação e visita dos observador­es em todo o território nacional, exigindo ainda segurança, elemento com que, disse Georges Chikoti, o Governo angolano se compromete­u. “Mas isso não leva a que tenhamos de assinar um memorando de entendimen­to com qualquer um dos observador­es”, afirmou o ministro, acrescenta­ndo que as únicas instituiçõ­es com as quais Angola tem tratados específico­s sobre a

observação eleitoral são a União Africana e a SADC. “Fora destas, não temos obrigações com outras. É assim que o continente funciona em matéria de eleições. E não esperamos que alguém nos vá impor a sua maneira de olhar para as eleições e nos dar alguma lição, como também não pretendemo­s dar lições em termos de eleições”, disse o ministro, visivelmen­te aborrecido com o facto de haver agentes externos a querer pro- var que o MPLA já ganhou mesmo antes das eleições. Ainda assim, insistiu que a União Europeia “está convidada, à semelhança de outras organizaçõ­es”, para observar as eleições angolanas. Não será propriamen­te eleições mas, antes, um simulacro. Os observador­es da SADC devem chegar a Angola duas semanas antes das eleições de 23 de Agosto, e os representa­ntes da União Africana na semana anterior.

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