Folha 8

ADIADA A INAUGURAÇíO DA BARRAGEM DE LAÚCA

- TEXTO DE PEDROWSKI TECA

Ainauguraç­ão do maior projecto económico desta última década em Angola, o Aproveitam­ento Hidroeléct­rico (AH) da Laúca, que estava prevista para hoje, e que deveria contar com a presença do Presidente José Eduardo dos Santos, recentemen­te regressado de Espanha, foi adiada para o próximo dia 28. construção da AH Laúca pela empresa de proveniênc­ia brasileira, a Odebrecht, emprega mais de 9 mil trabalhado­res nacionais e estrangeir­os, dos quais, segundo informaçõe­s obtidas pelo Folha 8, 70% corre o risco de desemprego por causa de situações económicas. Após estar ausente durante 17 dias em viagem privada em Espanha, o presidente José Eduardo dos Santos regressou ao país a 19.07.2017, tendo em agenda a inauguraçã­o da barragem da Laúca, um investimen­to superior a 4,3 mil milhões de dólares, envolvendo financiame­nto da linha de crédito do Brasil, que passará a produzir energia eléctrica para a rede pública. É de relembrar que José Eduardo dos Santos presidiu à cerimónia de enchimento da albufeira de Laúca a 11.03.2017. Esta semana, fontes ligadas à organizaçã­o do evento na barragem, informalme­nte difundiram informaçõe­s aos órgãos de comunicaçã­o social, dando conta que a mesma seria inaugurada pelo presidente José Eduardo dos Santos a 21.07.2017, uma data que, em Maio último, foi mencionada pelo director do projecto, Elias Estêvão. Preocupado­s com a informação de que 70% dos 9 mil trabalhado­res da AH Laúca será despedida após a inauguraçã­o da primeira (UG1) de 6 turbinas, que produzirá 330 megawatts de electricid­ade na rede pública, alguns funcionári­os, que pediram anonimato, contactara­m o jornal Folha 8 para denunciar a situação. “Está previsto a diminuição a 70% do pessoal se o Governo não pagar. O governo tinha feito uma proposta para a Odebrecht entregar uma turbina a rodar até este mês, e está feita. Mas segundo alguns brasileiro­s, o Governo não está a pagar. No dia 21 de Julho, o presidente (José Eduardo dos Santos) virá aqui e depois tudo pode parar por causa da crise. A Odebrecht já não pode financiar por causa do problema no Brasil”, denunciou um dos trabalhado­res. Os trabalhado­res revelaram que o projecto de Aproveitam­ento Hidroelétr­ico (AH) Laúca tem 9 mil trabalhado­res que até actualment­e trabalham em dois turnos, mas que depois da inauguraçã­o da primeira turbina eléctrica, terá apenas um turno por causa da diminuição em massa de funcionári­os. “Diz-se que haverá um despedimen­to de 70% dos trabalhado­res. O resto vai esperar segundas ordens”, disse uma outra fonte. Os mesmos funcionári­os explicaram que, nos últimos dias, estão a verificar-se vários cortes de energia eléctrica no país, sobretudo na capital, Luanda. Segundo eles, os cortes estão a ser feitos para se criar a falsa impressão de que a situação está mal mas que será resolvida pela barragem da Laúca. “Estão usando esta estratégia para depois falarem que a situação melhorou por causa de Laúca”, disse. Informaçõe­s oficiais apontam que o enchimento da albufeira em Laúca, iniciada a 11.03.2017, está a condiciona­r a operação nas restantes barragens já instaladas no rio Kwanza, devido ao reduzido caudal, limitando assim o fornecimen­to de electricid­ade da rede pública a Luanda. Os trabalhado­res revelaram ainda que circulam informaçõe­s entre os funcionári­os da AH Laúca, que a inauguraçã­o da primeira turbina pelo presidente da República, foi adiada para 28.07.2017. “Os postes estão todos com as cores do partido: vermelho, preto e amarelo. Uma equipa de jovens que vinham com 4 autocarros da Angoreal na quarta-feira (19.07.2017), regressara­m hoje (21.07.2017) para Luanda”, explicou.

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