Folha 8

RECEITAS DO PETRÓLEO ENCHEM COFRE DO ESTADO

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O Estado angolano encaixou mais de 850 milhões de euros em receitas fiscais com a exportação de petróleo no mês de Fevereiro, renovando o melhor registo desde Outubro de 2014, que marcou o início da crise em Angola. A informação resulta de uma análise ao relatório de Fevereiro de 2018 do Ministério das Finanças, sobre as receitas com a venda de petróleo, bem como dos anos anteriores, sendo que no segundo mês do ano Angola exportou 44.668.971 barris de petróleo (menos quase 3,8 milhões de barris face a Janeiro), a um preço médio que desceu, no espaço de um mês, 63,36 para 61,66 dólares. As vendas globais de petróleo de Fevereiro ascenderam assim a 2.754 milhões de dólares (2.240 milhões de euros), que por sua vez representa­ram receitas fiscais para o Estado angolano superiores a 224.422 milhões de kwanzas (851 milhões de euros). Em Janeiro, o Estado angolano já tinha encaixado 223.535 milhões de kwanzas (847,2 mi- lhões de euros) com as receitas fiscais da exportação de petróleo. Com dados referentes a 13 concessões petrolífer­as, ‘onshore’ e ‘offshore’, o registo de Fevereiro inclui 149.205 milhões de kwanzas (565 milhões de euros) provenient­es de receitas fiscais geradas pela petrolífer­a estatal Sonangol, que também atingiram o melhor desempenho desde 2014. Os números de Janeiro e Fevereiro só encontrara­m paralelo com o período anterior à crise da quebra da cotação do petróleo no mercado internacio­nal, neste caso face aos 222.922 milhões de kwanzas (845 milhões de euros) em receitas fiscais petrolífer­as garantidas no mês de Outubro de 2014. Em 2014, o melhor re- gisto nas receitas fiscais geradas com a exportação de petróleo foi atingido em Janeiro, então com 325.155 milhões de kwanzas (1.230 milhões de euros, à taxa de câmbio actual). Na origem destes dados estão números sobre a receita arrecadada com o Imposto sobre o Rendimento do Petróleo (IRP), Imposto sobre a Produção de Petróleo (IPP), Imposto sobre a Transacção de Petróleo (ITP) e receitas da concession­ária nacional. Os dados constantes nestes relatórios do Ministério das Finanças resultam das declaraçõe­s fiscais submetidas à Direcção Nacional de Impostos pelas companhias petrolífer­as, incluindo a concession­ária nacional angolana, a empre- sa pública Sonangol.o Estado garantiu em Fevereiro de 2017 mais de 8.600 milhões de euros em receitas fiscais com a exportação de petróleo, 400 milhões de euros abaixo da meta orçamentad­a. De acordo com dados dos relatórios mensais do Ministério das Finanças sobre as receitas com a venda de petróleo, entre Janeiro e Dezembro Angola exportou 595.604.870 barris de crude, quando o Governo estipulou no Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2017 uma previsão de 664,6 milhões de barris. O acordo entre os países produtores de petróleo, com vista a reduzir a produção para provocar o aumento da cotação do barril de crude, acabou por influencia­r este resul- tado, com a quebra no volume do petróleo garantido por Angola. Já em termos de receitas fiscais com a venda de petróleo, o Governo angolano previa angariar 1,695 biliões de kwanzas (9.100 milhões de euros, à taxa de câmbio de 31 de Dezembro de 2017), tendo garantido 1,615 biliões de kwanzas (8.670 milhões de euros, à taxa de câmbio de 31 de Dezembro de 2017) em 12 meses, pelo que também falhou a meta orçamentad­a, por cerca de 400 milhões de euros. No total de 15 concessões petrolífer­as, Angola vendeu cada barril de petróleo, em média, a 52 dólares, neste caso acima do valor orçamentad­o pelo Governo no OGE de 2017 (necessário para estimar o potencial de receita e de despesa pública), que foi de 46 dólares. Angola foi em 2016 o maior produtor de petróleo em África, à frente da Nigéria, que por sua vez recuperou em 2017 a liderança, mas vive desde o final de 2014 uma forte crise financeira, económica e cambial decorrente precisamen­te da quebra nas receitas da exportação petrolífer­a.

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