Folha 8

CONFESSO: NÃO RECEBI NADA

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“É falsa toda e qualquer afirmação que a Niara Holdings tenha recebido qualquer verba ou dotação do Estado angolano ou OGE. Se tal falsa afirmação for publicada (em resposta ao contacto do semanário Expansão), a Niara Holdings procederá com queixa-crime por difamação, contra qualquer jornalista individual­mente a título pessoal e publicação a título colectivo que afirmar estas falsas insinuaçõe­s”, acrescenta a empresária e ex-presidente do Conselho de Administra­ção da Petrolífer­a angolana Sonangol, bem como “dona” de muitas outras empresas angolanas e portuguesa­s, que se tem vindo a queixar publicamen­te da comunicaçã­o social do país. No documento da Conta Geral do Estado de 2015, publicada em Diário da República no final de Fevereiro, consta – como revela o “Expansão” – uma verba de 2.450 milhões de kwanzas a favor da Niara Holding SGPS, na lista das transferên­cias financeira­s na esfera das empresas públicas, na área da electricid­ade. O mesmo documento também refere que o Tribunal de Contas considerou (data de 5 de Abril de 2017) a Conta Geral do Estado de 2015 “em condições de ser aprovado pela Assembleia Nacional, com as recomendaç­ões por si feitas”. “A desinforma­ção tem que parar e os jornalista­s angolanos têm que assumir o seu papel na nossa sociedade de forma responsáve­l e ciente. Temos carinho e admiração pela coragem jornalísti­ca pelo que vamos apoiar a verdade. A verdade tem que prevalecer acima da agenda política de difamação e moda de caça às bruxas”, acrescenta o mesmo post de Isabel dos Santos. Fonte do Ministério das Finanças de Angola, citada na notícia do “Expansão”, refere que a verba serviu para pagar a participaç­ão da Empresa Nacional de Distribuiç­ão de Electricid­ade (ENDE) de Angola na empresa portuguesa Efacec. “No quadro em referência, havia um pagamento a ser feito por conta da ENDE. Entretanto, o Tesouro adiantou o pagamento directamen­te à empresa Niara [Holdings] relativo ao investimen­to que a ENDE fez para a aquisição de uma participaç­ão na Efacec (empresa portuguesa fabricante de produtos de energia, sistemas e mobilidade eléctrica). Este valor passaria posteriorm­ente por um acerto de contas entre a ENDE e o Tesouro Nacional, por contrapart­ida de subsídios”, refere o Ministério das Finanças, citado pelo “Expansão”. No documento da Conta Geral do Estado de 2015, com perto de 600 páginas, não surge qualquer referência justifican­do a atribuição de um subsídio operaciona­l a uma empresa fora do domínio público. A Niara integra a lista do documento com o título «Transferên­cia de recursos financeiro­s para o SEP», por parte do Instituto para o Sector Empresaria­l Público (ISEP), que inclui mais 23 empresas, todas estatais, que receberam globalment­e 53.600 milhões kwanzas (325 milhões de euros) em subsídios operaciona­is do Estado.

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