DE REGRESSO A 2018
Sabe-se, igualmente, que a Polícia Nacional do regime descobriu que os jovens activistas tinham mísseis escondidos nas lapiseiras, Kalashnikovs camufladas nos telemóveis e outro armamento pesado e letal disfarçado nos blocos de apontamentos. São, reconheça-se, provas mais do que suficientes para provar que estavam a preparar um golpe de Estado. Os jovens estavam (era isso, não era senhor ministro Ângelo Veiga Tavares?) no seu quartel-general, por sinal uma residência em Luanda, numa reunião dos seus estrategas militares que planeavam o golpe a partir da leitura do livro “Da ditadura à democracia — Uma estrutura conceptual para a libertação”, do norte-americano Gene Sharp. No quintal, debaixo de uma mangueira, o exército mobilizado por esses jovens (talvez uns milhões de guerrilheiros) afinava os códigos para lançamento dos mísseis e, talvez, até de ogivas nucleares contra a residência de Eduardo dos Santos… Perante este manancial de provas, o Ministério Público do regime provou que os jovens activistas estavam envolvidos numa conspiração para a “destituição do Presidente da República e de outros órgãos de soberania”, plano que estava a ser congeminado há muito, muito tempo. Cerca de três meses. Relativamente ao Serviço de Migração e Estrangeiros (SME), o governante apontou a necessidade de uma maior capacitação, “com vista a adaptar-se e dar resposta pronta ao momento actual, que recomenda mais abertura com vista ao incentivo do desenvolvimento e empreendedorismo”. Ângelo Veiga Tavares apelou ainda que o serviço penitenciário, com o apoio da caixa de protecção social, alargue a capacidade produtiva dos estabelecimentos prisionais, para contribuir na produção alimentar, entre outras, e formar recursos nas distintas artes e ofícios, facilitando a sua inserção na vida livre. Outra nota foi feita ao sistema de protecção civil, no sentido do seu aprimoramento, com vista a uma resposta mais rápida e eficaz nos diferentes níveis de actuação, devendo a educação da população ser um factor de destaque, para a diminuição dos riscos e vulnerabilidade a que estão expostos. À Polícia Nacional, o ministro do Interior endereçou felicitações “pela forma como vem reduzindo as cifras negras dos registos dos crimes”. Contudo, a introdução de maior rigor e firmeza no combate à corrupção, à indisciplina, junto dos efectivos, é um dos desafios que ainda têm pela frente, de acordo com Ângelo Veiga Tavares.