RECORDAR LÚCIO LARA
A Associação Tchiweka de Documentação (ATD) realizou, a 19 de Abril no Memorial Dr. António Agostinho Neto, em Luanda, uma conferência e exposição fotográfica sobre a memória do seu patrono, Lúcio Lara (Tchiweka), que em vida completaria este mês 89 anos.
Aconferência designada “Lúcio Lara: trajectória de um combatente” inclui testemunhos de companheiros de Lúcio Lara em diferentes fases da vida política e duas comunicações académicas sobre a vida do nacionalista angolano. Além da conferência, é inaugurada uma exposição fotográfica sobre a vida de Lúcio Lara (Tchiweka), nacionalista, líder parlamentar, e dirigente da luta de libertação nacional. A segunda sessão, sob o tema “Lúcio Lara: abordagens académicas”, teve como intervenientes Filipe Zau e Maria da Conceição Neto, e moderador Júlio de Almeida. Programa do Memorial A conferência consta da programação cultural de Abril do Memorial Agostinho Neto na grelha do programa “Textualidades - Conversas com os Leitores”, marcado para dia 27, com o poeta Lopito Feijó. Em Maio, o Memorial acolhe no dia 4, a sétima edição da Vidrul Fotografia e no dia 18, a terceira edição da exposição fotográfica “Vidrul Convida”. No dia 25, o Festival “World Music”, em parceria com a Alliance Française de Luanda, além do programa “Textualidades - Conversa com os Leitores” no dia 25, com o escritor convidado João Maimona. Associação Tchiweka Associação sem fins lucrativos, tem como objectivo a promoção e divulgação de actividades que contribuem para preservar a memória e aprofundar o conhecimento da luta de libertação e soberania nacional dos povos africanos. De acordo com o historial divulgado no site da ATD, ao longo de toda a sua vida Lúcio Lara teve o cui- dado não só de conservar os seus livros, como os seus apontamentos, cópias de documentos de todos os tipos, fotografias e outros materiais de carácter histórico. As rápidas transformações políticas das recentes décadas no continente africano, e no país em particular, assim como a escassez da documentação que sobreviveu aos conturbados processos da luta anticolonial e aos conflitos subsequentes, justificam a preocupação crescente, de investigadores e instituições diversas, com as fontes escritas e orais da luta de libertação na África Central e Austral. Em 2003, embora a saúde de Lúcio Lara já não lhe permitisse contribuir como na edição do primeiro volume, foi decidido dar continuidade ao trabalho de salvaguarda, compilação e publicação dos documentos organizados e classificados por Lúcio Lara e Ruth Lara, assumido pela filha, Wanda Lara, cujo empenho total desde 2003, e com o apoio financeiro do GAS (Grupos África da Suécia) e do NAI (Nordic Africa Institute) permitiu apresentar ao público, em Outubro de 2008, mais dois volumes de documentos e fotografias, com cerca de 700 páginas cada um, correspondentes ao período compreendido entre 1961 e 1964. Uma outra preocupação de Lúcio Lara e Ruth Lara era permitir a consulta da documentação e da biblioteca. Surgiu a ideia de se criar um Centro de Documentação que permitisse que livros e documentos, relacionados com a luta de libertação nacional, estivessem organizados, catalogados e disponíveis para consulta. Com o apoio da Presidência da República e do MPLA foi criado um espaço (anexo) à residência de Lúcio Lara, criando-se as condições para a concretização deste objectivo, que resultou, em 2006, na fundação da Associação Tchiweka de Documentação (ATD), com o objectivo de promover e divulgar actividades de carácter científico, educativo e cultural, que contribuam para preservar a memória e aprofundar o conhecimento sobre a luta pela independência e soberania nacional e de outros povos. Em 2008, foram lançados os dois volumes seguintes (o segundo e terceiro) do livro “Um amplo movimento...”.