DESEMPREGO E MAGROS SALÁRIOS
Oaumento de gravidez precoce na adolescência e a fuga a paternidade, foram temas discutidos pela Direcção da Acção Social, Família e Igualdade do Género no dia 27 de Abril, em Cacuaco, em que foi prelectora a directora técnica, Isabel da Costa diante de uma plateia de jovens adolescentes. “Estamos a trabalhar a nível das direcções provinciais na perspectiva de sensibilizar, os casos de gravidez precoce, para os pais, líderes comunitários e a sociedade civil, sejam agentes de mudança na comunidade, para inverter este quadro muito preocupante, em muitas zonas rurais”, informou. A preocupação das autoridades governamentais cresce, aliado ao facto de depois do nascimento das crianças, muitas serem abandonadas pelos pais. “Quando nos deparamos com a situação de uma criança rejeitada, primeiro mantemos o contacto com a família, sensibilizamos para acolher o novo neto, mas há situações que não conseguimos identificar os pais dessas crianças, daí a razão serem colocadas em centros de acolhimento”, esclareceu. Segundo a directora técnica “não temos tido com frequência casos de abandono de infantil, registamos mais a falta de prestação de alimento. Existem homens que reconhecem os filhos mas não dão assistência e, noutros casos, há fuga a paternidade, quando algumas adolescentes engravidam de “mais velhos” que já tem a vida comprometida e assumem a responsabilidade. É lamentável, mas pensamos que as famílias não devem forçar relações conjugais entre adolescentes por puder prejudicar os dois menores por não estarem preparados para uma relação conjugal”, apelou. A Direcção Municipal da Família e Igualdade do Género em Cacuaco, capitaneada pela dra Isabel Salomão têm recebido muitas “mães-crianças” com gravidez precoce, solicitando ajuda e apoio, para encarar o drama, nas zonas rurais pobres. O sociólogo Juvelino Matary considera não estar a solução deste sensível problema, nas palestras, mas com actos mais concretos. “O país está em crise, não há políticas adequadas para com a juventude, em casa as vezes os país também não têm condições e podem forçar a filha a casar-se mais cedo. Por outro lado, o Estado torna-se o maior incentivador de gravidez precoce e da fuga a paternidade pelo desemprego e alto custo de vida”, concluiu. A autoridade ministerial revela que a maioria dos autores da fuga a paternidade são, os agentes policiais, militares das Forças Armadas Angolanas, taxistas e camionistas.