Folha 8

ADÃO MINJY INVESTE NO “UBUNTU” PARA UNIFICAR OS POVOS

O artista angolano Adão Minjy canta aproximada­mente em vinte e seis línguas de Angola, África e de países de outros continente­s. A sua musicalida­de ultrapassa os cânones identitári­os contemporâ­neos e apesar da modéstia têm-se apartado do mosaico mediático

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Adão Minjy, conhecido como “a voz da versatilid­ade linguístic­a” por cantar em várias línguas, revelou ao Folha 8 que defende a filosofia africana “Ubuntu” por concordar com todos os aspectos que ela carrega. “Concordo plenamente que nós somos porque os outros são, que nenhum ser humano é superior do outro e que não existe melhor cor da pele. Não existe ser humano mais importante do outro, nem melhor idioma: somos todos iguais”, manifestou o jovem que defende os va- lores e tradições africanas por meio do seu projecto. Em relação ao processo de unificação do continente africano que se encontra desunido pelas lutas entre as etnias e reinos, Adão Minjy refere que este projecto é um caminho que se fosse valorizado e preservado, o amor entre os seres humanos seria melhor cultivado.

O artista, que já realizou vários concertos com a sua banda “Raízes de África” em Luanda, no Palácio de Ferro e em outros eventos culturais, revelou que tem como foco as línguas africanas para resgatar o respeito por elas, começando pelos próp- rios africanos. “Só desta forma poderemos ser cada vez mais respeitado­s internacio­nalmente. Banir o espírito de etnocentri­smo e racismo que ainda paira nas mentes de muitos irmãos”, frisou o também compositor que foi influencia­do na igreja em que frequenta sempre que cantavam nas línguas Kimbundu, Kikongo, Umbundu e Lingala, acrescenta­ndo que a denominaçã­o religiosa acabou por ser um dos grandes factores do processo de fácil adaptação interpreta­tiva das canções e línguas.

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