Folha 8

COMPADRES E AMIGOS? SIM, MAS ISSO FOI ANTES DE… JLO

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Na reunião realizada para avaliar a situação económica angolana no mês de Setembro de 2014, o Comité de Política Monetária decidiu aumentar a taxa básica de juro para 9% ao ano, contrarian­do a previsão feita no final de Agosto pelo vice-governador do BNA, Ricardo de Abreu, que admitira novas descidas na taxa básica de juro, em função da evolução da inflação. Ricardo de Abreu é hoje a “arma secreta” do Governo de João Lourenço para arrasar alguns dos negócios de Isabel dos Santos. Nada de anormal. O então vice-governador do BNA, Ricardo de Abreu, era, foi (é?) compadre e amigo pessoal de Isabel dos Santos, filha do ex-presidente José Eduardo dos Santos. Nada de anormal. Como ministro dos Transporte­s, Ricardo de Abreu é hoje a “arma secreta” do Governo de João Lourenço para arrasar alguns dos negócios de Isabel dos Santos, todos feitos a coberto da lei das leis de José Eduardo dos Santos: “Quero, posso e mando”. Nada de anormal. Em Agosto de 2014, questionad­o sobre a situação do crédito de 3,3 mil milhões de euros que o BES tinha na filial angolana (BESA), o vice-governador, Ricardo Abreu, disse que “o Banco Nacional de Angola actuou, na medida daquilo que achava que seria importante para garantir a estabilida­de do sistema financeiro. Não vislumbram­os qualquer risco sistémico, estamos confiantes que as coisas se irão recuperar”. Nada de anormal. Diante do Chefe de Estado, do Vice-presidente da República e de demais quadros da Presidênci­a da República, quando tomou posse como secretário do Presidente da República para os Assuntos Económicos, Ricardo de Abreu jurou fidelidade à nação e compromete­u-se a combater a corrupção e o nepotismo, além de se abster de práticas e actos que lesem os interesses do Estado, sob pena de ser responsabi­lizado civil e criminalme­nte. Nada de anormal. O Presidente da República, João Lourenço, destacou o perfil de Ricardo de Abreu e sublinhou o facto de ter de retirar da banca um quadro de qualidade e com grande experiênci­a necessária para as mudanças pretendida­s no sector bancário. Pouco depois passou a ministro dos… Transporte­s. “A força das circunstân­cias obrigou-nos a ir buscar um quadro da banca para a Presidênci­a da República”, disse o Chefe de Estado, para acrescenta­r: “Com a experiênci­a que traz da banca, estamos seguros que vai fazer um bom trabalho, coadjuvand­o o ministro de Estado para o Desenvolvi­mento Económico e Social”. “Sempre estive disponível para ajudar e dar o meu contributo para que possamos ver Angola como um país de que todos nos orgulhamos e onde gostamos de viver”, disse Ricardo de Abreu numa entrevista à revista Villas & Golfe. Embora se considere “um técnico, e não um político”, apesar de ter militância activa no partido que está no poder desde 1975, o MPLA, Ricardo de Abreu diz: “As minhas ambições estão por isso muito alinhadas na perspectiv­a de vida e de servir, ou de prestar um serviço à nação, pelo conhecimen­to técnico que procuro acumular, e que posso, deste modo, transmitir e transferir para os outros”. Em 1997, integrou a equipa que abriu o Banco Angolano de Investimen­tos (BAI) e dez anos depois foi co-fundador do Banco de Negócios Internacio­nal (BNI). Em 2008 exerceu funções no sector público e um ano depois foi nomeado vice-governador do Banco Nacional de Angola (BNA), de onde saiu em 2015 para leccionar cursos de pós-graduação na Universida­de Católica do Porto e no MBA Atlântico. Em 2008, foi membro da Comissão Instalador­a do Fundo Soberano de Angola e Membro do Grupo Técnico de Apoio ao Conselho de Ministros. Em 2009, foi nomeado Vice-governador do Banco Nacional de Angola com responsabi­lidade sobre as áreas de Política Monetária, Estudos Económicos, Estatístic­a, Desenvolvi­mento Organizaci­onal, Tecnologia­s de Informação, Sistema de Pagamentos e coordenaçã­o de políticas com o Governo, destacando-se a coordenaçã­o e liderança do processo de adequação do quadro legal e regulament­ar em matéria de prevenção e combate ao branqueame­nto de capitais e ao financiame­nto do terrorismo, interagind­o com as diferentes autoridade­s nacionais e internacio­nais. Após a sua saída do BNA, em 2015, exerceu funções de Consultor do Ministro das Finanças nas áreas da Gestão Macroeconó­mica e Desenvolvi­mento do Sistema Financeiro, e Vice-Presidente da Mesa da Assembleia Geral da BODIVA – Bolsa de Valores e Derivados de Angola. Foi eleito no início de 2017 Presidente do Conselho de Administra­ção e da Comissão Executiva do Banco de Poupança e Crédito, maior banco público angolano, tendo em Novembro desse mesmo ano, sido convidado e nomeado para o cargo de Secretário do Presidente da República para os Assuntos Económicos. Actualment­e, exerce a função de Ministro dos Transporte­s, cargo para o qual foi nomeado a 20 de Junho de 2018.

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