AS “FALCONADAS” QUE CAUSARAM A IRA
O governador provincial de Benguela, Rui Falcão sem papas na língua, sem temer telhados de vidro acusou, na semana passada, implicitamente, os seus antecessores (colegas de partido, quer no Bureau Político, como no Comité Central do MPLA) de terem locupletado os cofres do Estado, no negócio do lixo. Na linguagem terra a terra, Rui Falcão, é convicção geral, chamo-os de gatunos, principalmente, se tivermos em linha de conta, que os últimos ocupantes do palácio da Praia Morena, foram: Armando da Cruz Neto e Isaac dos Anjos, carimbados em vários outros actos como ladrões invertebrados que delapidaram vorazmente os cofres do Estado, principalmente, na província de Benguela. “Roubos no negócio do lixo que beneficiaram figuras do MPLA”. O primeiro secretário do MPLA, justificou o fim dos contratos, com a necessidade de potenciar as administrações municipais, que, no passado faziam este trabalho e, agora, foram munidas com meios, para a limpeza das suas circunscrições, com um orçamento de 500 milhões de Kwanzas (cerca de 2 milhões de dólares), contrastando com o anterior orçamento de 2,5 mil milhões de Kwanzas. “Tivemos de pôr fim a muito negócio sujo. Se o lixo é sujo, muitos andavam a chafurdar nele para tirar lucro indevido e a roubar ao Estado. Acabámos com este negócio, porque estas pessoas não podem continuar a viver à custa do Estado, roubando a todos nós. Pagávamos milhões diariamente, muitos milhões, agora vamos mostrar que a administração pública é capaz’’, denunciou o governante. O seu motivo foi o de alertar os militantes a terem comportamento diferente, na indicação de delegados ao próximo congresso de Setembro. É consabido estarem muitos em luto, com a perca de um filão ilícito, mas, disse, “não nos deixemos levar pela maledi- cência, não nos deixemos levar por esses pseudo-militantes que todos os dias nos querem criar problemas. Estão tristes, perderam o dinheiro, mesmo sabendo que se tratava de dinheiro indevido, por isso compram algumas pessoas para falar mal de nós nas redes sociais. Podem continuar a pagar, mas não vamos parar’’, assegurou, mostrando o peito aberto a todo fogo vindo dos seus adversários. Falcão disse aos militantes, ter conseguido, com 45 milhões de Kwanzas, adquirir quatro camiões, pás carregadoras de grande porte e outros equipamentos usados para os municípios de Benguela, Lobito, Catumbela e Baía Farta, qualquer um, sem aterro sanitário.