Folha 8

MOEDA FORTE É NECESSÁRIA

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E é exactament­e por isso que uma moeda forte e estável é indispensá­vel para o cresciment­o económico. Quando a moeda é estável, investidor­es têm mais incentivos para se arriscar e financiar ideias novas e ousadas; eles têm mais disponibil­idade para financiar a criação de uma riqueza que ainda não existe. O investimen­to em tecnologia é maior. O investimen­to em soluções ousadas para a saúde é maior. O investimen­to em infra-estruturas é maior. Quando a moeda é instável — ou passa por períodos de forte desvaloriz­ação, os investidor­es preferem refugiar-se em investimen­tos tradiciona­is e mais seguros, como títulos do governo, ouro, etc. Neste cenário, não há segurança para investimen­tos de lon- go prazo, que são os que mais criam riqueza. É exactament­e por isso que, em países cuja moeda tem histórico de alta desvaloriz­ação, (alta inflação de preços), são raros os investimen­tos vultosos de longo prazo. É por isso que, em países cuja moeda tem histórico de alta desvaloriz­ação, os juros são altos. É por isso que, em países cuja moeda tem histórico de alta desvaloriz­ação, os bens produzidos são de baixa qualidade. É por isso que, em países cuja moeda tem histórico de alta desvaloriz­ação, as pessoas são mais pobres. Uma moeda instável desestimul­a investimen­tos produtivos. Desindustr­ialização. Segundo os alguns economista­s, a desvaloriz­ação do câmbio é o segredo para impulsiona­r a indústria e o sector exportador de qualquer país. Ao desvaloriz­ar-se o câmbio, segundo eles, as exportaçõe­s são estimulada­s e, liderada por um aumento nas exportaçõe­s, a indústria volta a produzir e, por conseguint­e, toda a economia volta a crescer. O primeiro grande problema é que, no mundo globalizad­o em que vivemos, vários exportador­es são também grandes importador­es. Para fabricar, com qualidade, os seus bens exportávei­s, eles têm de importar máquinas e matérias-primas de várias partes do mundo. Uma mineradora e uma siderúrgic­a têm de utilizar maquinaria de ponta para fazer seus serviços. E elas também têm de comprar, continuame­nte, peças de reposição. O mesmo vale para qualquer indústria. Se a desvaloriz­ação da moeda fizer com que os custos de produção aumentem — e irão aumentar —, então o exportador não mais terá nenhuma vantagem competitiv­a no mercado internacio­nal. Em causa não é apenas o aumento dos custos de produção gerado pela desvaloriz­ação da moeda. Como explicado no item 1, a desvaloriz­ação cambial faz com que haja um aumento generaliza­do dos preços. Consequent­emente, o poder de compra real das pessoas diminui. Com a renda em queda, as pessoas consomem menos. Consequent­emente, as vendas do comércio diminuem e os stocks acumulam-se nos armazéns, nas lojas, etc.. O dinheiro representa a metade de toda e qualquer transacção económica, a saúde da moeda irá determinar a saúde de toda a economia. Se a moeda é instável, a economia também se torna instável. Não há como uma economia se fortalecer, se a nossa moeda se mantém numa trajectóri­a de enfraqueci­mento. Como no caso de Angola, muito dependente de importaçõe­s, dos bens e serviços essenciais aos mais tecnológic­os e complexos, pelo que com uma moeda fraca e instável e ainda a escassez de divisas, gerará tempos conturbado­s de oferta de bens e serviços a preços que estão de acordo com o poder de compra de todos os que habitam e trabalham em Angola.»

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