Folha 8

CASAMENTO PERTURBADO

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Aqui há uns dias atrás um jovem casal, que por motivos compreensí­veis manifestou a intenção de guardar o anonimato, contraiu o santíssimo sacramento do casamento na igreja de S. Joaquim, ali na Praia do Bispo. A cerimónia desenrolou-se sob a auréola dos pergaminho­s da praxe, toda a gente vestida a rigor e desfeita em sorrisos, o padre a ouvir os “sins”, e todo ele também em sorrisos, com a comissura dos lábios constantem­ente à procura das orelhas, o cheiro a incenso e a frescura da nave a contrastar com o ar pesado que reinava nesse dia em Luanda, enfim, uma festa linda e harmoniosa, no respeito da tradição católica apostólica romana. E depois, já à saída dos noivos da igreja, deu-se o desastre, uma espécie de atentado pagão ao lustre da comovedora cerimónia religiosa. De facto, numa repetição do que já se tinha passado há mais de um ano na mesma igreja, do quintal de um vizinho saiu uma galinha a correr e atrás dela um enfurecido galo que também se queria casar e consumar “in loco” o elo amoroso que o ligava a ela, sem pedir autorizaçã­o à autoridade religiosa daquela paróquia, o , que acabara de casar o casal. A verdade é que o galináceo conseguiu apanhar a galinha e toca andar para uma “trepadinha” volátil, ali à frente dos indignados noivos. Cocóricó!

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