“OPERAÇÃO RESGATE II”, NUMA ESQUINA (MUITO) PERTO DE SI!
Apolícia angolana anunciou no 16.01 que quer focar, este ano, as suas actividades na revisão e actualização do modelo de policiamento nas zonas urbanas, periféricas, suburbanas e rurais, bem como na unidade e disciplina dos seus efectivos. Em vez de, coma prolixidade que se reconhece, dizer zonas urbanas, periféricas, suburbanas e rurais não seria suficiente dizer em todo o país? Talvez fosse. Mas assim tem mais encanto e até parece ser um trabalho muito mais amplo. Iremos ter uma “Ope- ração Resgate II”. Os desafios para 2019 foram apresentados pelo Comandante-geral da Polícia Nacional, Paulo de Almeida, na abertura do Conselho Consultivo Alargado daquele órgão do Ministério do Interior. Relativamente ao ano de 2018, Paulo de Almeida disse que terminou “em alta”, apesar de ser necessário corrigir ainda “muita coisa”. Estará o Comandante-geral a reconhecer que a própria Polícia carece de uma “Operação Transparência”? “O mais importante foi conseguirmos conter e reduzir a tendência ascendente do crime em Angola, por isso convocámos esta reunião logo no início do ano, para diagnosticar o que fizemos, vivemos e concluímos de 2018, em termos de situação e segurança pública em geral”, indicou Paulo de Almeida. Segundo o Comandante-geral da Polícia Nacional, em função dos resultados de 2018, é uma meta para a Polícia “baixar ou reduzir ainda mais os índices criminais no país”, elevando para o efeito a sua eficiência e resposta policial. Fazendo uso do que tem sido a actuação dos governos (todos do MPLA) desde 1975, tudo leva a crer que com mais 56 anos do governo o MPLA conseguirá erradicar o crime e, pro-
vavelmente, a pobreza e a corrupção. É só uma questão de tempo. Para 2019, a Polícia pretende também dar atenção à formação do pessoal a distintos níveis, reorganizar e melhorar o funcionamento e atendimento nas esquadras e postos policiais, melhorar a protecção e de defesa dos polícias que garantem a ordem e tranquilidade públicas. Também aqui é preciso dar tempo ao tempo. É que os polícias são seres humanos (às vezes não parece, mas são) formatados segundo as regras do MPLA. E estas regras estabelecem, para além de uma fidelização canina, que perante o Povo a Polícia deve usar sempre a razão da força. Ou seja, até prova em contrário todos são culpados. Vejamos um exemplo. Como Folha 8 noticiou no dia 15.01, o SIC (Serviço de Investigação Criminal) não conseguiu localizar um suposto criminoso e, como man- das as regras do regime, para tentar apanhá-lo prendeu a mulher e a filha menor. Terá escapado apenas o cão… Paulo de Almeida disse ainda que a polícia espera, “com muita ansiedade”, a aprovação da proposta do Regulamento Orgânico da Polícia Nacional, bem como do Projecto de Lei de Base da Polícia Nacional e do Estatuto do Polícia. Segundo o Comandante-Geral da Polícia Nacional, são instrumentos valiosos e necessários para uma boa gestão e controlo de toda a organização e funcionamento da polícia. “No momento actual, precisamos de melhorar a nossa estrutura funcional, para sermos mais eficientes e privativos, precisamos definir bem o nosso papel, lugar e competências, os actuais instrumentos normativos e jurídicos que regem a nossa actividade já não dão resposta às nossas preocupações”, disse. Para os próximos dias, Paulo de Almeida garantiu que a Polícia vai continuar a “pôr ordem” na cidade, com a retomada da “Operação Resgate”, depois de um interregno para o asseguramento da quadra festiva. “Sabemos de algumas renitências, desobediências e retornos, de algumas teimosias de voltar ao passado, quero garantir que vamos pôr ordem nos próximos tempos”, referiu.