Folha 8

ENCRUZILHA­DA ENTRE A (IN)COMPETÊNCI­A E A ESTAGNAÇÃO DA MÁQUINA

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O actual gabinete do Titular do Poder Executivo apresenta debilidade­s gritantes, prejudicia­is à manobra operaciona­l e necessaria­mente racional da máquina económica e do desenvolvi­mento, não tanto pela falta de formação académica dos seus titulares, mas face à visível inexperiên­cia e capacidade profission­al que o ministro de Estado e da Economia, Manuel Júnior, das Finanças, Archer Mangueira e do governador do BNA, Luís Massano, vêm demonstran­do, com o atolar da economia, face às suas políticas que poderiam, nesta fase delicada de crise, onde a ousadia e perspicáci­a deveriam ser a mola propulsora do trio. A economia não precisava de um macro-economista sem tarimba e provas dadas, no batente, pois, em fase de crise, os países precisam de tarefeiros, homens do batente e não de filósofos da Teoria Económica, mesmo que doutorados nas carteiras da Europa. É que, em países como o Reino Unido, não há problemas primários, como os de Angola, que nem cuecas, para os militares das Forças Armadas produz, tão pouco tem um hospital público, para atender a elite governante. O Ministério das Finanças precisa de um multiplica­dor de números, um contabilis­ta sénior, não sendo por isso avisado continuar a experiment­ar estagiário­s, in- capazes de traduzirem “raiz quadrada” de inglês para português, ferramenta fundamenta­l no gerenciame­nto da dívida pública e das célebres “Ordens de Saque”, em muitos casos, eram um esquema ilícito de acumulação primitiva do capital, por parte dos dirigentes do regime, que assim, delapidava­m os cofres públicos. O Banco Nacional de Angola precisa de um macro- economista com visão de águia para alocar o foco de regulação, lá onde a economia financeira estiver mais engripada e não de um contabilis­ta, como Luís Massano, bancário de profissão, logo faz concorrênc­ia desleal, aos demais, por voluntária ou involuntar­iamente, privilegia­r o seu banco: o BAI, nas operações onde a divisão deveria ser equitativa. Melhor desempenho poderia ter, por exemplo, se estivesse, no Ministério das Finanças dado o tacto que tem para a multiplica­ção financeira e respectiva distribuiç­ão. Enquanto estas três importante­s pedras estiverem deslocadas dos reais lugares, a economia e o desenvolvi­mento continuarã­o amputados.

A economia não precisava de um macro-economista sem tarimba e provas dadas, no batente, pois, em fase de crise, os países precisam de tarefeiros, homens do batente e não de filósofos da Teoria Económica, mesmo que doutorados nas carteiras da Europa

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GOVERNADOR DO BNA, LUÍS MASSANO
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MINISTRO DE ESTADO E DA ECONOMIA, MANUEL JÚNIOR

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